No retorno do canal AM/PM, tivemos uma conversa inspiradora com a coach de vida e carreira, especialista em desenvolvimento humano professora de Yoga, palestrante, mãe e minha amiga pessoal Ana Raia. Em um papo descontraído que teve como cenário o delicioso jardim de sua casa, Ana fala sobre carreira, objetivos de vida, ressignificação, ciclos, realizações, maternidade e, claro, suas experiências em tempos de isolamento social. Assista a entrevista na íntegra abaixo:
Nós já falamos aqui no blog a respeito de algumas tendências que o momento atual fez surgir. Tivemos uma reviravolta significativa nos rumos dos movimentos de moda com todos esses acontecimentos. Os relatórios de tendência foram repensados e tudo que estava certo de repente não fazia mais sentido nem para o presente, tampouco para o futuro. Desses novos movimentos, notamos que alguns já podem ser observados nas apresentações recentes das coleções resort 2021 e um dos principais é o que chamamos de refúgio bucólico. Aqui existe uma clara intenção de promover uma conexão entre o homem e a natureza, com o resgate do que temos como os códigos de uma vida simples no campo. A estética campestre fica a cargo de vestidos mais soltos, estampas florais delicadas, design que remete a uma feminilidade quase ingênua, xadrezes (especialmente o vichy) e peças que fazem alusão às atividades do campo. Mas não é só de florais, xadrezes e vestidos lúdicos que a tendência vive. A ideia aqui é muito mais ampla e abrange também as matérias-primas e as técnicas que são usadas para confecção das peças. A valorização de artistas, artesãos e pequenos produtores que possuem métodos centenários de manufatura, o cuidado com a origem dos tecidos que garante a fabricação de peças sustentáveis, a reutilização e a ressignificação de materiais usados em coleções antigas e o respeito a cultura local com a devida participação da comunidade são algumas das características desse movimento que se volta para o natural, para o feito a mão e para a simplicidade, tudo em harmonia com o que um isolamento no campo pede.
Podemos estar em um momento de uma pouco mais de flexibilidade do isolamento social, mas a verdade é que os meses de quarentena mudaram nossas vidas para sempre. O home office, que já era uma realidade em muitas empresas, passou a fazer parte da rotina das pessoas de modo muito mais amplo e com certeza será aderido como forma comum de trabalho por diversas empresas. Um dos pontos que podemos destacar com a vida profissional sendo tocada das nossas casas é a atenção para a parte de cima do corpo, seja através de roupas com mais detalhes, maquiagem e cabelo um pouco mais elaborados e, claro, acessórios. Nós que trabalhamos com moda e estilo sempre falamos a respeito do efeito transformador que os acessórios podem promover no look e agora, mais do que nunca, eles ganham o protagonismo do visual, especialmente quando queremos manter a casualidade das produções montadas para ficar em casa. Reuniões feitas através de uma tela de computador, tablet ou celular pedem que nos voltemos com maior cuidado para o colo e o rosto e mesmo nos dias que você estava de moletom e chinelo, temos certeza que ao menos um brinco ou um colar mais sofisticado fizeram parte da sua edição de look para aquele momento de trabalho. O que estamos propondo aqui é uma reflexão sobre como os acessórios são importantes e podem ser capazes de otimizar o seu armário. A verdade é que muitas vezes nem precisaríamos entupir nossos armários com roupas se soubéssemos de fato como usar os acessórios a nosso favor.
Colares e brincos ganham o protagonismo nesse momento justamente pelos motivos que elencamos acima. E certamente eles vão continuar a fazer parte da sua rotina de montagem de looks mesmo após a vida voltar ao normal. Acessórios são democráticos, além de tudo. Seja qual for seu estilo, você terá um acessório mais importante e imponente para chamar de seu. Bases compostas de peças muito simples também funcionam bem com acessórios mais robustos, que trazem um efeito fashionista ao visual. Nós esperamos que essa quarentena tenha servido, dentre outras coisas, para você repensar sua relação com seus acessórios e ressignificar o que esses itens podem representar no seu armário. Afinal, tudo que é usado para acrescentar, seja na relação com seu guarda-roupas (que a longo prazo pode significar uma nova relação com seu dinheiro), ou para seu autoconhecimento (saber o que funciona para seu visual, o que faz você se sentir bem, bonita e segura etc.) vale para termos uma relação mais saudável com a moda. Acessório não é futilidade! Faz parte da sua mensagem pessoal, da imagem que você transmite para o mundo e dos códigos que você quer passar adiante.
Na semana passada fizemos uma seleção de filmes com foco na moda dos anos 90 (se perdeu, clique aqui). Hoje nós vamos mostrar nossas escolhas de filmes que representam a estética dos anos 80. Muito mais do que moda propriamente dita, nossos eleitos mostram a atmosfera oitentista – seja na luz, na música, na decoração, cabelo, make, acessórios, falas, tribos, costumes etc. Também fizemos uma pesquisa mais aprofundada para uma lista mais diversa, não apenas com os blockbusters americanos e mais conhecidos da época (mas que também são importantes para a compreensão desse período), porque sair do cenário high school dos Estados Unidos é essencial para enxergar de fato toda a representação ocidental dos anos 80. Na lista você encontrará tanto os sucessos conhecidos como cults europeus que são indispensáveis para qualquer cinéfilo e que não necessariamente têm seu foco no figurino. Aproveite o tempo em casa para rever alguns clássicos e conhecer novos títulos, a partir dos quais você poderá se aprofundar ainda mais para ampliar seu repertório.
Muitos movimentos importantes acontecem para que uma década seja caracterizada em termos de moda. Como sabemos, a moda anda ao lado de acontecimentos históricos, políticos e sociais, mudanças de comportamento, tribos, revoluções e até alterações climáticas. Certamente um dos períodos mais lembrados e revisitados pelas passarelas é a década de 90. Aqui tivemos transformações sociais importantes e movimentações culturais que viriam a influenciar a moda de maneira perpétua. Para entender um pouco desse caldeirão de tribos e referências que ocorreu nos anos 90, escolhemos doze filmes que retratam as principais mudanças estéticas que se deram na época. Temos o resquício do exagero oitentista que ainda permanecia no começo da década, passando pelo típico visual “mulheres ricas” que representava as abastadas clientes de históricas boutiques da Rodeo Drive, chegando às misturas de cores ácidas e texturas reluzentes com forte influência clubber encontradas na metade da época, ao visual minimalista e moderno que os estilistas japoneses trouxeram como resposta e, obviamente, à influência grunge – talvez a mais importante até hoje – finalizando novamente com os tons intensos, materiais brilhosos, recortes assimétricos e atmosfera futurista que a aproximação com os anos 2000 trazia. Aproveite este momento para ter uma aula sobre a moda dos anos 90 com essas películas que além de esteticamente lindas, são ótimas para passar o tempo.
Quem acompanha o trabalho da Paula já sabe que ela atua no mercado de moda há mais de 25 anos e divide sua expertise no assunto através de palestras, workshops e cursos presenciais. Mas essa experiência também é compartilhada através de cursos à distância em formato mais enxuto, porém não menos importante para quem busca se aprofundar no tema. Com o advento da quarentena os cursos estão com condições especiais de pagamento, portanto, aproveite o momento para se atualizar, mudar de profissão, ou simplesmente agregar novos conhecimentos ao seu currículo.
Formação em Consultoria de Imagem com Paula Martins
O curso de formação em consultoria de imagem com Paula Martins engloba uma abordagem teórica completa sobre a profissão, fontes para que você enriqueça seu conhecimento sobre moda, os meios contemporâneos de se exercer o serviço de consultoria e preciosas lições de negócio e empreendedorismo. O curso pode ser feito por qualquer pessoa que queira atuar nesse mercado, que seja apenas curiosa sobre o assunto e também por profissionais já formados, mas que buscam atualização no mercado e um novo olhar sobre o processo de consultoria. Para acessar o curso, clique aqui
Cobrindo as Semanas de Moda
Já este curso produzido em parceria com o Fashion Meeting fala sobre a experiência de se cobrir as semanas de moda de maneira técnica. A Paula já frequentou inúmeras fashion weeks como jornalista e divide com a audiência como funciona esse trabalho através de uma perspectiva mais profissional e menos glamourosa. Para acessar o curso, clique aqui
Blackface, colorismo, segregação, racismo reverso, racismo estrutural, racismo institucional, feminismo negro, a solidão da mulher negra, antirracismo. Estas são algumas das palavras mais recorrentes neste período, mas a verdade é que já devíamos estar abordando esses temas há muito mais tempo. Em tempos de isolamento, aproveite para se inteirar dos assuntos que a militância negra aborda muito antes do movimento Black Lives Matter, afinal, informação é uma das principais armas para que uma mudança significativa nas estruturas sociais seja realizada. Para que você comece a se aprofundar no tema, selecionamos dez séries, filmes e documentários que exploram as questões raciais nas suas mais diversas nuances.
Olhos que Condenam
A minissérie aborda a historia real de cinco jovens do Harlem que são injustamente condenados pelo estupro e espancamento de uma jovem mulher branca em Nova York no anos 80. O programa mostra como esses jovens foram considerados culpados desde o inicio das investigações, que contou com uma série de abusos físicos e psicológicos, provas forjadas e depoimentos manipulados que culminaram na prisão do grupo.
Crooklyn
Toda obra do cineasta americano Spike Lee é obrigatória quando tratamos de questões raciais. Neste filme sensível, o diretor se volta para a sua própria infância em um bairro do Brooklyn e mostra de maneira lírica o cotidiano de uma família negra nos anos 70. Os longos diálogos que são mostrados neste (e em todos os filmes de Lee) são verdadeiras aulas sobre o tema.
Say Her Name
https://youtu.be/SAoDQzAzEWw
O documentário gira em torno da história da ativista Sandra Blend, que foi encontrada morta em sua cela após ter sido injustamente abordada e presa por uma ocorrência de trânsito. O programa mostra o racismo institucional da polícia americana, os abusos e a injustiça sofridos por Blend e sua misteriosa morte que foi considerada suicídio, mas que ainda é questionada por familiares e ativistas.
O Ódio que Você Semeia
O filme conta a história da jovem Starr, que apesar de residir em um bairro periférico, estuda em uma escola particular e predominantemente branca. O racismo incialmente sutil vivido diariamente por Starr e a morte injusta de um amigo pelas mãos de um policial branco despertam a jovem para as questões segregacionistas e a conduzem para um ativismo mais intenso.
Ó Paí, Ó
O filme protagonizado por Lázaro Ramos mostra de maneira quase cômica o dia a dia dos moradores de um cortiço em Salvador. O filme trata de diversas questões ligadas ao racismo e à pobreza e expõe a violência contra jovens negros. O discurso inflamado que o personagem de Lázaro faz sobre racismo em meio a uma discussão é um soco no estômago.
Selma
O filme é baseado nas marchas de Selma a Montgomery lideradas por Martin Luther King Jr. que ocorreram em 1965 e que buscavam garantir o direito de voto para todos os afro-americanos. A película aborda todas as tensões vividas pelo personagem principal a medida em que seu nome foi ganhando protagonismo e como suas lutas geraram resultados para tornar a vida da comunidade negra um pouco mais igualitária.
Corra!
Apesar de ser considerado um filme de terror, Corra! explora a questão do racismo velado e a objetificação e apagamento de homens e mulheres negros. O relacionamento de um jovem negro com uma garota branca e de família abastada é colocado em xeque através de diálogos e atitudes que beiram o surreal, mas que, infelizmente, sabemos que são comuns. O filme conta com diversos códigos sutis para abordar a questão racial e que valem uma busca aprofundada.
What Happened, Miss Simone?
O documentário retrata de maneira honesta a vida da cantora e ativista Nina Simone. Através de depoimentos e cenas raras, testemunhamos a vida turbulenta da cantora, que tentava alinhar sua carreira com seu engajamento pelos direitos civis. Uma mulher brilhante e de personalidade forte que ainda têm muito a nos ensinar.
Cara Gente Branca
Após uma festa universitária onde se pratica o blackface, Sam White (Logan Browning), através de seu programa de rádio que dá nome à série, fala de maneira franca sobre os problemas raciais vividos por um grupo de jovens negros no cotidiano de um ambiente universitário majoritariamente branco. O programa vai além do racismo e trata sobre a solidão da mulher negra, apropriação cultural, o mito do racismo reverso, colorismo etc.
Loving
No estado da Virgínia nos anos 50, o casamento inter-racial não é só proibido como passível de punição severa. O filme conta a história verídica de Richard e Mildred Loving, que enfrentam as leis segregacionistas da época para manterem seu casamento.
Tendo em vista os mais recentes acontecimentos, não poderíamos simplesmente nos silenciar ou deixar que nossa indignação e nosso suporte ficasse restrito somente às redes sociais. É preciso mudar e dar visibilidade ao movimento negro não apenas quando tragédias e mobilizações em massa acontecem, mas sempre. Precisamos fazer a nossa parte em mudar essas estruturas que valorizam somente a estética branca, especialmente na moda. Reconhecer nossos privilégios, nos aceitarmos como parte de uma sociedade racista e estudar formas de combater o racismo é apenas o primeiro passo para essa transformação. Para que você também faça parte desse movimento de mudança, que deve ser encarado como um exercício constante, selecionamos 27 criadores de conteúdo negros que abrangem os mais diversos segmentos. São músicos, militantes, stylists, maquiadores, modelos, cantores, membros da comunidade LGBTQI+, homens, mulheres, influenciadores, celebridades, anônimos, advogados, filósofos, escritores, cineastas, estilistas etc. que vão diversificar o seu feed, propor novas estéticas e olhares e trazer informações importantes para sairmos da nossa zona de conforto e aprendermos mais sobre o racismo e como podemos combate-lo. O protagonismo não pode e não deve ser somente branco. Aproveite este período de isolamento para refletir, compreender, estudar e mudar seus conceitos e pré-conceitos. O auto reconhecimento como racista é doloroso, porém necessário para a busca de informações, que é apenas o primeiro (mas muito importante) passo para que a mudança na nossa sociedade seja perpétua.
Nesse período de quarentena é quase certo que suas calças de moletom viraram as protagonistas do seu visual. Quando estamos em casa dificilmente optamos por peças mais rígidas, como o jeans e o couro e deixamos o capricho para a parte de cima do corpo – afinal, é ela que aparece em eventuais reuniões por videoconferência. A calça de moletom, portanto, parece a escolha ideal para passar este tempo em casa e ainda é apropriada para as pequenas saídas urgentes. Mas não pense que a peça deve ficar restrita somente a este momento. Desde o boom da moda esportiva de rua e que está em evidência já há alguns anos, essas calças ganharam atenção e fazem composições visuais interessantes com outros itens menos casuais. Nós selecionamos vinte looks que mostram o quanto essa peça pode ser versátil e cool, não importa qual seja seu estilo. O maior segredo talvez esteja na combinação com itens mais nobres, como bolsas estruturadas, acessórios mais chamativos, blusas de materiais mais caros, como seda e couro, casacos imponentes, sapatos diferenciados, saltos etc. O que veremos também é que essas produções com calças de moletom se tornam fashionistas a partir da mistura de proporções, que pode ser equilibrada ou dramática, com todos os itens do look de pegada oversize. O truque do visual monocromático também funciona e nesse caso você pode combinar a cor do seu moletom com o sapato, criando uma continuidade criativa para o visual. Outra forma de tornar o moletom mais usável fora do ambiente caseiro é procurar por aqueles que tenham detalhes mais ricos, como o elástico no tornozelo, aplicações, acabamento de calças de alfaiataria (tecido mais fino, fechamento trabalhado etc.) e logos aparentes. Veja os detalhes dos looks que escolhemos para que você consiga trazer a calça de moletom para o dia a dia quando for possível.
Os tons terrosos, que comumente são resgatados durante o outono, surgem em uma versão mais clean. Cores de atmosfera empoeirada, como os beges, arenosos e cinzas quentes remetem a sensações de calma, tranquilidade e conforto – essenciais para este momento.
Acessórios de colo e rosto
Com um aumento significativo do trabalho em casa e das videoconferências, chamar a atenção para a parte de cima do corpo faz muito sentido. Brincos e colares maiores e mais significativos ganham espaço neste cenário e têm tudo para se manter após a quarentena, já que o home office é uma realidade cada vez maior para diversas profissões.
Acabamentos que facilitam o vestir
Se o conforto é um elemento crucial para as vestes da quarentena, é de se esperar que as roupas contenham acabamentos e elementos de design que proporcionem um vestir simples e liberdade de movimentos. Calças, saias e bermudas com cinturas de elástico, fechamento afivelado ou por velcro, portanto, são as peças que ganham protagonismo nesse momento.
Riqueza na parte de cima do corpo
Assim como os acessórios chamativos no colo e rosto funcionam melhor para este momento onde as reuniões por vídeo são mais intensas, peças para a parte de cima da silhueta com elementos importantes também entram neste movimento. Blusas, camisetas, suéteres e camisas com golas inusitadas, mangas bufantes, babados, bordados e demais detalhes que chamamos de statement se concentram na parte superior do corpo e nos deixam mais preparadas para as ocasiões de trabalho à distância.
Valorização do eterno
Em contrapartida, as peças de design considerado eterno também ganham protagonismo, já que não é uma ocasião ideal para compras impulsivas. Alfaiataria, boas peças em jeans clássico, estamparia tradicional e os básicos indispensáveis ganham maior importância e consequentemente contribuem para um consumo menor e mais consciente.
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