primavera/verão 2022 | OVER THE TOP

25.03.21 | Moda Tendências


 

Quando tratamos dos movimentos de moda sempre olhamos para o futuro de acordo com o que acontece no presente. Nesse sentido, muito tem se falado a respeito dos looks confortáveis, que lembram da segurança (e muitas vezes da melancolia) do lar e da obrigação de se permanecer dentro de casa. Por conta disso as releituras dos conjuntos de moletom e das ditas “roupas de ficar em casa” foram bastante vistas durante as apresentações da temporada spring 2021 (que correspondente a nossa primavera/verão 2021/22) e sem sombra de dúvida se tornaram um dos movimentos mais importantes deste período pandêmico. Mas na contramão do aconchego extremo, está este movimento. É certo que muita gente vai querer se livrar da imagem dos dias de confinamento e botar para jogo suas peças mais extravagantes quando nossa liberdade voltar a ser algo possível. De olho nesse consumidor, muitas marcas se voltaram para um visual dramático, exagerado e que remete muito a essa ideia de escapismo que também é um dos papeis da moda. São texturas reluzentes, sobreposições extremas, volumes teatrais, matéria-prima nobre e, em alguns casos, todas essas características juntas. Muito desse movimento vem de referências dos looks da era disco da década de 70 e na extravagância quase lúdica dos anos 80. A ideia aqui é de otimismo, de esperança em um futuro menos nebuloso e mais colorido.

 

primavera/verão 2021-22 | expressão corporal e MODA

09.02.21 | Lifestyle Moda


 

Já é sabido que a expressão através da dança é um dos grandes movimentos atrelados à geração Z. Basta ver o sucesso dos aplicativos voltados para as coreografias e em como a exploração dos movimentos corporais ganhou um espaço enorme nas redes sociais. Obviamente a moda já percebeu o potencial dessa manifestação criativa e diversas marcas exploraram a estética do ballet em suas coleções da temporada spring/summer 2021, apresentadas no final do ano passado. O ballet especificadamente traz uma ideia de delicadeza, suavidade e liberdade de movimentos que é coerente com o nosso momento atual. Afinal, estamos há algum tempo sob o peso do confinamento e das incertezas de como será uma sociedade pós-pandêmica. A pressão, o isolamento, o espaço limitante das nossas casas e a densidade das nossas inseguranças certamente contribuem para que almejemos algo muito mais leve e libertador daqui em diante. As influências relacionadas ao ballet podem ser literais, caracterizadas pelos trajes típicos da dança com seus volumes e materiais tradicionais ou através de referências sutis combinadas com outras mais urbanas e esportivas.

 

Reformulação extrema – Marcas que estão de olho no poder da Gen Z

02.12.20 | It girl moda pra pensar


 

Muito se tem falado sobre a Geração Z – aquela pós millennials nascida a partir de meados dos anos 90 até a última década – e sobre como é possível alcançá-los em termos de consumo. O que se sabe sobre este grupo é que, diferente da geração anterior, seu poder de adaptação frente às demandas de trabalho é muito maior, já que eles não acreditam em viver apenas de um tipo de profissão – o que se mostra uma vantagem inegável diante da crescente crise de emprego que assola o mundo pós-pandêmico. Além disso, eles encaram assuntos que as gerações anteriores consideram como Tabu de maneira muito natural e sua capacidade de inclusão, senso de equidade e empatia são muito mais aguçados. Como uma geração que nasceu sob forte influência da tecnologia, tudo acontece mais rápido; eles são ativos nas redes sociais e as usam para informação e disseminação de ideias geralmente ligados a dilemas e demandas sociais da atualidade. Eles também não acreditam em perfeição. São bem mais realistas em relação ao futuro, criam e consomem imagens que legitimam essa ideia de imperfeição, questionam e repudiam padrões conservadores e prezam pelo estilo próprio através de história, experiência, consciência ambiental, performance e conforto. Sabendo dessas informações, como é possível promover um apelo às demandas dos GenZers? Vimos nesta última temporada de desfiles que diversos nomes, inclusive alguns bem tradicionais, promoveram uma reformulação radical em suas linhas criativas com um intuito claro de alcançar a geração Z. Mas porque?

 

 

Sabendo das características desse novo consumidor, podemos pensar que o rejuvenescimento da imagem de algumas marcas pode ser mais sobre adaptação diante da mudança do poder econômico para gerações mais jovens. E a mudança é significativa, acredite. Com novos meios de se ganhar dinheiro, imagine quanto uma geração que nasceu conectada é capaz de produzir, sabendo desde sempre sobre a linguagem das redes e seu poder de influência. Não se engane, no final das contas, marcas são empresas e empresas precisam de lucro. Além do poder aquisitivo motivado por novas frentes de trabalho, representadas pelos conteúdos gerados através de redes sociais, temos também o poder de influência. A geração Z consome o que atinge os seus ideais e ninguém melhor do que um próprio GenZ para exercer influência entre os seus. Quando vemos a atriz Zendaya nas primeiras filas dos desfiles ou a cantora Billie Eilish com marcas importantes dos pés à cabeça nos tapetes vermelhos de grandes premiações, não é por acaso. Essas são duas das representantes mais expressivas da GenZ, das suas prerrogativas e da imagem que ela deseja consumir.

 

 

 

A combinação entre poder aquisitivo alto e grande capacidade de influência é imbatível e é justamente por essa junção que a GenZ vem recebendo as atenções de marcas tradicionais da indústria. E não pense que isso é ruim. Essa adaptação ainda conta com certas vantagens para a sociedade. Sendo essa uma geração ligada a problemas sociais, que busca enaltecer a diversidade e quer experiências ao invés do consumo vazio, grandes nomes do mercado se forçam a buscar soluções mais sustentáveis paras seus produtos, a abraçar corpos e mentes diversos para seus desfiles, campanhas, cargos etc., a produzir roupas corretas, que não tenham origem no trabalho escravo ou análogo à escravidão, por exemplo, que não sejam produzidas com matéria-prima que acirra o desmatamento e por aí vai. A adaptação ocorre em todas as áreas. É preciso seguir em frente e reconhecer a importância de gerações mais jovens em especial esta, que chega para desafiar velhos códigos, quebrar a barreira do “comum” e, claro, consumir o novo luxo – muito mais engajado e alinhado com as demandas contemporâneas da sociedade.

A alegria do vestir como guia para o visual pós-pandêmico

13.11.20 | Lifestyle Moda moda pra pensar


 

Estivemos isolados por muito tempo e, na verdade, os dias de confinamento social não só não foram totalmente suprimidos como ainda podem voltar a ser uma realidade em tempo integral, a exemplo do que aconteceu na Europa. Com tanto tempo em casa, o vestir se tornou algo muito atrelado à necessidade de conforto – físico e mental. Com exceção de alguma atenção para a parte de cima do corpo, com acessórios ou peças mais elaboradas e um talvez um mínimo de maquiagem para aparições um pouco mais cuidadosas nos dias de reuniões virtuais, a verdade é que o look do dia não fazia mais parte das nossas prioridades e se tornou simplesmente uma obrigação diária que não nos exigia muita reflexão frente a preocupações muito maiores que vieram com o advento da pandemia. No entanto, a vida inevitavelmente se adapta e volta ao normal, mesmo que esse normal não seja parecido com o que estávamos acostumados. Sair do acolhimento do lar em um momento tão delicado pode, sim, ser uma experiência um tanto quanto desafiadora e isso reflete na nossa comunicação visual, ou seja, nosso estado de espírito se manifesta, também, na forma como nos vestimos. As coleções da temporada spring 2021 mostram que o ato de se vestir não precisa se tornar mais um obstáculo e tampouco deve sacrificar o conforto.

 

 

 

 

É certo que diante de uma profusão de conjuntos de moletom usados de forma incansável, muitas pessoas querem voltar a se arrumar e temos movimentos nesse sentido também. Exageros, abundância e design efusivo para quem quer ser notado ao colocar os pés na rua e, na outra ponta, o conforto sofisticado para quem não abre mão do estilo mas ainda quer sentir a segurança que só um suéter de lã feito a mão é capaz de proporcionar. Essa mistura entre acolhimento e requinte formata o movimento da alegria de voltar a se vestir. Muitas marcas se utilizaram desse combo em suas novas coleções e vimos as peças que remetem ao visual confortável para se ficar em casa aliadas a outras mais nobres, construindo um novo estilo hi-low. As características principais desse movimento implicam em modelagens desprendidas, tecidos leves, porém distintos, styling sem grandes intervenções, mas com detalhes suficientes que demonstrem informação de moda, texturas simples misturadas com tramas mais elaboradas, o casual encontrando o refinamento.

 

 

 

 

Nos novos tempos, o ato de se vestir deve ser, acima de tudo, leve. A proposta aqui é vestir-se para se sentir bem, sem distinções entre o que é a roupa de sair e a de ficar em casa.

 

 

MFW Spring 21 | Os movimentos que apareceram na segunda parte dos desfiles de Milão

01.10.20 | Semanas de Moda


 

Na segunda parte dos desfiles que aconteceram na Milão fashion week nesta temporada percebemos alguns movimentos diferentes dos que ocorreram nas primeiras análises. O otimismo e o conforto continuam sendo algumas das características principais das criações das marcas que se apresentaram, mas nesta segunda leva notamos que um design minimalista e moderno foi bastante utilizado por diversos estilistas. Tecidos tecnológicos, construções contemporâneas da silhueta e uma atmosfera esportiva são alguns dos padrões utilizados pelas marcas para inserir este movimento para a próxima temporada primavera/verão e propõem o resgate de um visual mais simples sem comprometimento do estilo, que é garantido pelo design arrojado. Além disso, as cores que sugerem calma e tranquilidade, como os tons apastelados e empoeirados de cinzas, azuis e beges também foram bastante aplicadas. A ideia de renovação e renascimento através da natureza – a simplicidade da vida no campo, a inspiração em movimentos artísticos que enaltecem a fauna e flora e a ideia de purificação através das águas – é outro movimento que ganha força e está em grande sintonia com o momento atual. Veja abaixo nossas observações sobre os últimos desfiles da semana de moda de Milão.

 

NYFW Spring 21 | 6 movimentos de moda da fashion week nova-iorquina

22.09.20 | Moda Semanas de Moda Tendências


 

Em meio ao caos da pandemia, incertezas e pessimismo quanto ao futuro, baixas importantes e apresentações alternativas de coleções, a temporada spring 2021 teve seu início, como de costume, em Nova York. A fashion week nova-iorquina já sofria com a despedida de marcas influentes há algum tempo e pouco a pouco vem perdendo a força e a relevância de outros tempos. Mesmo em meio a exibições tímidas, no entanto, pudemos criar um resumo dos principais movimentos de moda que apareceram nos shootings e desfiles desta temporada que se inicia.

 

 

Em um cenário pouco otimista e cheio de inseguranças, a tendência do visual mais alegre, lúdico e quase festivo ganha força para trabalhar nossas esperanças. Roupas e acessórios de códigos ultra femininos ganham uma dose extra de entusiasmo através de cores vibrantes, mix de estampas e texturas e detalhes chamativos, como plumas, mangas proeminentes, laços, babados e atmosfera retrô.

 

 

 

Aos poucos a vida vai voltando ao normal e os destinos de férias, especialmente os litorâneos, ganham o foco e servem de referência para conjuntos, kaftans e vestidos sofisticados e frescos.

 

 

 

Ainda nas vibrações de um visual mais romântico, os clássicos bordados ingleses aparecem tanto como detalhes em roupas de materiais naturais ou um peças completas.

 

 

 

As roupas utilitárias continuam em alta por promoverem conforto aliado à performance – um combo indispensável para o visual contemporâneo. O movimento, entretanto, sofre um upgrade e aparece através de roupas em tecidos mais nobres, cores sóbrias, design minimalista e em sobreposições que equilibram a inspiração esportiva com itens mais femininos.

 

 

 

As listras já se consagraram com um clássico da estamparia, mas para o verão 2022 elas vem em padronagens distintas e com a mistura de tons solares.

 

 

 

Os looks próprios para ficar em casa nunca tiveram tanto protagonismo e o conforto foi a característica principal para o vestir nos dias de isolamento social. Quando nossa rotina for retomada, o conforto e a liberdade de movimentos continuarão sendo elementos primordiais para a produção, principalmente com o receio que ainda acompanha o ato de sair de casa. Peças em moletom, roupas de design amplo e itens que remetem aos pijamas entram neste movimento de manter a sensação de segurança do lar conosco.