gucci RESORT 24

17.05.23 | Moda


 

Enquanto aguardamos a estreia do estilista Sabato de Sarno na Gucci, em setembro, a marca mostra coleções que indicam o novo rumo estético que entrará no lugar do universo de referências explorado por Alessandro Michele. Não sabemos se Sabato vai tomar o mesmo rumo que se viu na apresentação da coleção resort da Gucci que ocorreu ontem em Seoul, mas o que podemos afirmar é que nada vai ser como antes. Neste desfile especificadamente, vimos alguns resquícios da era Michele, especialmente na acessorização marcante, nos vestidos languidos de cores vivas e na sensualidade sem rastro de modéstia manifestada principalmente por peças transparentes e recortadas. Mas em uma visão geral, as semelhanças acabam por aí. O que se viu foi uma Gucci com menos referências históricas e com o pé mais no presente. Os códigos clássicos da casa – como as cores e o logo tradicional – foram propostos com menos emoção, sendo usados em conjuntos inteiros e em detalhes aplicadas em camisas, vestidos e trench coats.

 

 

A principal diretriz aqui talvez tenha sido na ideia de performance. O utilitarismo foi o movimento que mais se fez presente na coleção, que trouxe peças manifestamente esportivas misturadas com outras de perfume couture, criando uma imagem mais elaborada mas não tão inovadora. Temos de levar em conta que, além deste período sem uma direção criativa que dite os novos rumos visuais da marca, trata-se de uma coleção que é para ser mais comercial (o que, verdade seja dita, nunca foi um impeditivo para que Alessandro Michele deixasse de explorar todo seu potencial criativo).

 

 

Mas sem saudosismos ou comparações, aqui vemos que a Gucci está introduzindo uma nova era em sua trajetória que parece estar mais ligada com as demandas de consumo atuais. Vimos modelagens relaxadas, texturas metalizadas que trazem um contexto futurista, desconstruções e intervenções discretas de itens clássicos, peças funcionais e um flerte mais escancarado com o street wear. Se antes as inspirações no passado davam à Gucci um ar retrô-cool-maximalista, hoje a marca demonstra que está de olho no futuro – não tão superlativo, tampouco caótico, mas focado no urbano.

 

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