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24.04.24 | Moda moda pra pensar


 

A famosa classificação trimestral do portal Lyst foi divulgada hoje, tendo a Miu Miu como a marca mais importante do mundo, seguida pela Prada. Na verdade essa classificação não nos causa surpresa, já que ambas as marcas figuram nas primeirsa posições do ranking já há algum tempo. Afinal, Prada e Miu Miu são fenômenos que têm grande apelo comercial e digital em consumidores de todas as faixas etárias. A classificação das marcas mais importantes do mundo feita pela Lyst leva em conta o comportamento dos consumidores em sua plataforma, como buscas e compras efetivas, além de estatísticas de engajamento nas redes sociais a nível global. Assim podemos imaginar o impacto das marcas no mercado, que não fica restrita a uma performance unicamente digital ou a um público específico. Além disso, colaborações, campanhas com figuras que geram interesse, o comprometimento cultural e as diversas coleções especiais com nomes importantes ou envolvidas em pautas relevantes, como a sustentabilidade – a Miu Miu, por exemplo, lançou recentemente a coleção Miu Miu Upcycled, com peças produzidas a partir da reciclagem de descartes têxteis, para comemorar o ano-novo chinês – ajudam a colocar ambas as marcas no topo de relevância. Com um design único, peças que rapidamente se tornam virais e um toque de despretensão, a Miu Miu ocupa, novamente, o primeiro lugar do ranking da Lyst e também emplaca, pela primeira vez na história do portal, três produtos na lista dos dez itens de maior busca no período. O que explica, inclusive, uma das estreias no ranking das 20 marcas mais importantes deste primeiro trimestre.

 

 

New Balance no Radar
Estreando na décima quinta posição está a veterana New Balance. A marca fundada em Boston em 1906 tem a estética esportiva como principal narrativa de seus produtos, mas a expansão de ofertas, a exploração de novos designs e colaborações relevantes fizeram a marca debutar na lista das mais importantes do período. O programa “Reconsidered” permite que os consumidores troquem seus tênis antigos por modelos novos com consideráveis descontos, o que impulsionou as vendas da marca. Além disso, colaborações com a marca cool de street wear nova-iorquina Aime Leon Dore e o lançamento de um modelo loafer em parceria com o estilista japonês Junya Watanabe impulsionaram o interesse na marca. Mas certamente o que contou muito para a menção à New Balance foi a colaboração com a Miu Miu em um tênis que foi desfilado na temporada spring 24 de Paris e se esgotou em poucas horas quando disponibilizado para venda. Não à toa, o modelo figura no topo da lista dos 10 itens mais procurados no primeiro trimestre deste ano.

 


 

A importância dos acessórios e das celebridades
Figurando no quinto lugar do ranking está a Saint Laurent, que pela primeira vez ocupa o top 5 da lista. A ascensão da marca ocorre frente ao meteórico interesse por seus óculos do modelo Panthos (que se encontra na décima posição dos produtos mais buscados no período) e na bolsa Le 5 à 7, usada recentemente por Hailey Bieber e pela atriz Laura Harrier, mostrando que celebridades ainda têm muita relevância para gerar interesse e influência.

 

 

Outra marca que estreia na lista é a Alaïa, especialmente pelos mais recentes desfiles de coleções muito elogiadas e por dois modelos de calçados que estão constantemente esgotados, fazendo com que o desejo dos consumidores sobre estes itens seja sempre renovado: a fishnet flats e a Jewelled Ballet Flats. Os modelos são modernos, inusitados e estão em harmonia com o atual movimento que se volta para a estética do Ballet. Campanhas com a modelo Gisele Bündchen e peças usadas por celebridades do peso de Zendaya, Ariana Grande e Kaia Gerber reforçam o interesse na marca e garantem seu nome na lista das mais importantes deste primeiro trimestre.

 



 

Para acessar a lista dos completa das marcas e dos produtos mais buscados do primeiro trimestre de 2024, clique aqui

o retorno da SKINNY?

10.04.24 | Get Inspired By Moda Tendências


 

Se existe uma marca que possui uma das maiores influências nos dias atuais entre públicos de diferentes idades e que realmente direciona tendências e movimentos estéticos de forma ampla, essa marca é a Miu Miu. Como uma espécie de irmã mais nova da igualmente importante Prada, as coleções da Miu Miu possuem uma relevância enorme e performa com sucesso tanto no universo virtual quanto no real. Daí tiramos que se algo aparece nas passarelas tanto da Miu Miu quanto da Prada, a gente precisa prestar atenção. Na última temporada de Paris a marca desfilou sua coleção fall 24 (que corresponde ao nosso outono/inverno 2025) e dois looks em específico ganharam um olhar mais minucioso aqui do escritório. São looks total jeans mas que em comum tinham a calça skinny como parte do styling. Após anos colocada de lado, a peça ganha duas entradas no desfile de uma das marcas mais importantes do mundo na atualidade. O alerta acendeu. Observando outras coleções de marcas menos badaladas, vimos que a skinny também estava lá, o que já é outro indício do seu retorno para as próximas temporadas, já que são justamente essas nomes menos conhecidos do grande público que possuem um radar apurado para o futuro e que antecipam movimentos que em breve estarão nas passarelas de marcas maiores. A boa e velha skinny apareceu da forma como lebrávamos: das lavagens mais claras àquelas marmorizadas, combinadas com peças mais básicas ou com um terceiro elemento chamativo, em looks total jeans… sem grandes novidades, já que é ela, a skinny, que é a novidade (de novo). Portanto, se você guardou seu jeans ajustado, é hora de começar a montar looks com a peça pq temos indícios suficientes de que a calça skinny voltará para um lugar de protagonismo nos nossos armários.

 


razão acima da emoção: a relação entre o ILUMINISMO e as dinâmicas visuais da temporada FALL 24

02.04.24 | moda pra pensar Semanas de Moda Tendências


 

O iluminismo é um movimento filosófico que defende a racionalidade, a ciência e a livre forma de manifestação religiosa e de expressão. Surgido na Europa no Séc. XVIII, esta corrente visava questionar os governos absolutistas e os privilégios da monarquia e se alastrou pela Europa e América do Norte vindo a influenciar a Revolução Francesa e a Revolução Americana pela independência. Para além dos desdobramentos históricos específicos e aprofundamento nas diretrizes desse movimento, aqui podemos fazer uma relação com as principais manifestações visuais da temporada fall 24, apresentada no mês passado, com a racionalização pregada pela corrente iluminista. Quando o movimento começou a ter forte influência no Séc. XVIII, também teve alcance na moda da época. Afinal, moda sempre foi sobre a materialização do espírito do tempo a após a revolução francesa e o forte embate quanto aos privilégios da coroa e da igreja, o estilo Rococó que era dominante no período não faria mais sentido. Houve a ascensão de uma estética mais igualitária, onde diferentes classes sociais se vestiam de maneira menos formal e mais simples, com predileção por tecidos naturais e modelagen fluídas, já que o que contava não era a riqueza visual, mas sim o conhecimento e a razão. Aqui não podemos ignorar que o iluminismo foi um movimento que pregava o liberalismo, o livre comércio, portanto, uma corrente burguesa que pregava menos influência do Estado nas práticas mercantis. E foi justamente o que ocorreu posteriormente, já que os burgueses comerciantes passaram e se diferenciar por vestimentas mais nobres para criar essa diferenciação da classe trabalhadora. Após a invenção da primeira máquina de fiar denominada spinning jenny, em 1764, a industrialização do tecido mudou todo o cenário dos artesãos que criavam suas peças à mão e esta, na verdade, foi uma das peças principais para o que viria a seguir: a revolução industrial.

 

 

Esse breve apanhado histórico mostra como a corrente iluminista, defensora da razão e da liberdade comercial, influenciou de forma irreversível o desenvolvimento social da época e reflete até hoje nas nossas vidas e também no que vestimos. Se a temporada spring 24 foi sobre um retorno ao romantismo, uma ode à delicadeza e aos conceitos tradicionais de feminilidade, com coleções pautadas na estética da década de 50, no conservadorismo utópico de bolhas privilegiadas e em um visual lúdico e bucólico quase escapista, as apresentações da temporada fall 24 vieram para nos colocar de volta a realidade.

 


 

Não há espaço para muitas fugas e imaginações quando o mercado de trabalho se mostra cada vez mais escasso e exigente. Não há motivo para nos inebriarmos com flores e saias volumosas quando conflitos e crises humanitárias ocorrem em todo o mundo. A estética dessa temporada enaltece o visual de performance. Roupas feitas para trabalhar, peças que engradecem a cultura laborativa, feitas para a realidade, para um dia a dia real e uma pessoal real. Ternos, camisas, blazers, xadrezes, bolsas enormes que comportam nossa vida, cores sóbrias, uniformização.

 

 

Seria essa narrativa influenciada pela razão uma proposta para o progresso, para usar o trabalho e as liberdades individuais em prol do desenvolvimento econômico e social e nível global, ou só mais uma maneira de reforçar a dinâmica do mercado baseada na produção desenfreada e compulsória de bens, de serviços, de conteúdo e de identidade que beneficiam em demasia alguns em detrimento de uma maioria? A temporada fall 24 nos deixa pouco espaço para a imaginação e propõe a era da razão.

 

 

Mas quem se beneficiará de tamanha obediência ao racional desmedido? Ou será que em uma temporada tão “pé-no-chão”, a ideia seja justamente repensarmos o consumo desenfreado? Afinal, se grande parte dos armários já possuem as peças que foram apresentadas, qual o sentido de novas compras? Essa também seria uma maneira de racionalização do consumo, pautado numa forma mais simples e sustentável de adquirir (ou não) mais bens? Fora os aprofundamentos filosóficos ou desdobramentos econômicos práticos da relação entre o iluminismo e a moda, fato é que temos pela frente uma construção visual muito mais próxima da realidade e da racionalidade, mostrando talvez que nossas prioridades possam ser outras que não as roupas que vestiremos no dia. Menos fantasia e mais unicidade, identificação e aproximação, a fim de que nosso desenvolvimento e contribuições sejam mais benéficos para o coletivo do que para o individual. A razão tem lá suas vantagens.

CFW fall 23 street style | BOMBER

08.02.24 | Look da Paula


 

Para além dos blazers amplos, dos sobretudos ultra sofisticados e dos casacos de pele fake com ares vintage que são tão característicos do estilo nórdico, o street style da semana de moda de Copenhagen nos trouxe outra opção de peça de complementação tão bacana quando as citadas: a bomber de couro. Com um ar da década de 80, a peça traz um toque esportivo para o visual, ao mesmo tempo em que mantém um requinte por conta do material mais nobre. Sejas nas cores tradicionais como o preto ou marrom ou em tons mais vibrantes e inusitados, esse terceiro elemento é uma alternativa cool, urbana e moderna para complementação dos looks invernais.