RESORT 2021 | A viajante cool da Chanel

17.07.20 | Look da Paula


 

A apresentação da coleção resort da Chanel neste ano seria realizada na paradisíaca Capri, na Itália. Devido ao cenário atual, porém, a estilista Virginie Viard teve de criar a figura dessa viajante sofisticada e contemporânea aliada a atmosfera do mediterrâneo diretamente do seu apartamento em Paris. No entanto, o resultado não poderia ter sido mais certeiro. Como já dissemos aqui, as coleções resort são pautadas pelos looks mais simples e possíveis, mas não menos atuais e elegantes. Essa premissa era, inclusive, um norte para o trabalho de Gabrielle Chanel que sempre procurou descomplicar o visual feminino sem que este perdesse seu charme natural. Para esta temporada, Viard se baseou nas cores e na natureza do mediterrâneo e imaginou uma viajante cool, que sabe se vestir para qualquer ocasião sem esforço e sem perder a sofisticação – como uma verdadeira cidadã do mundo. As peças em jeans amplo e mais leve, junto com os maiôs e biquinis usados junto com roupas do dia a dia corroboram a representação desse personagem. As modelagens vêm menos ajustadas, com cortes retos e tradicionais e os detalhes é que fazem a diferença no visual: texturas que saltam aos olhos, cordas, elementos de design metalizados e acessórios mais robustos. A proposta de usar flats de materiais mais rústicos e que deixam os pés à mostra é sempre um diferencial, mesmo para os conjuntos mais clássicos da maison, já que esse tipo de calçado imprime casualidade ao look e equilibra as referências tradicionais da produção.

 


 

 

 

 

 

 

 

 

RESORT 2021 | O office look repaginado na Louis Vuitton

16.07.20 | Look da Paula


 

As coleções conhecidas como cruise/resort foram originalmente criadas para a clientela que fugia do frio no hemisfério norte para destinos de férias mais quentes. Como as coleções de inverno não serviriam para a ocasião e repetir as criações das coleções passadas de verão não era uma opção, grandes marcas passaram a elaborar coleções mais enxutas, de design simples e comercial e específicas para temperaturas mais elevadas. Com o passar do tempo, essa temporada se mostrou bem lucrativa para o mercado, já que essas coleções permanecem mais tempo na loja – até que haja a transição das coleções outono/inverno e primavera/verão – e seu design mais simples e democrático alcança uma gama maior de clientes. Outra peculiaridade a respeito da temporada resort é que nomes grandes da moda promovem desfiles extravagantes, geralmente em algum destino fora do circuito tradicional das fashion weeks. A Louis Vuitton é um desses nomes que investem pesado nas apresentações resort e já levou seu público para destinos como Rio de Janeiro, Nova York, Palm Springs, Kyoto, Riviera Francesa dentre outros. Mas em decorrência do novo momento que vivemos, deslocar um público considerável para uma apresentação luxuosa mostra uma desconexão com a realidade. Nicolas Ghesquière, portanto, optou por mostrar uma coleção enxuta mas não menos eficiente para o que o DNA da temporada pede. Outro ponto a respeito do resort da Louis Vuitton é que dificilmente sua cliente aproveitará uma viagem de férias quando a economia está instável e os postos de trabalho retornam aos poucos a sua rotina normal. Nicolas, ao que parece, produziu pensando a respeito desse retorno gradual para a realidade, que também não precisa ser tedioso e difícil. O office look proposto pela Vuitton tem personalidade, despojamento e é ultra contemporâneo. Com as clássicas assinaturas do trabalho de Ghesquière, como a exploração das formas orgânicas, as construções estruturadas da silhueta e a mistura de referências passadas com design futurista, a volta ao trabalho se torna muito mais interessante e menos cansativa, especialmente pelas influências esportivas e utilitárias que são sugeridas através de tênis, coturnos robustos, calças cargo e parkas amplas.