A temporada mais luxuosa e exclusiva das fashion weeks teve início nesta semana e já notamos algumas mudanças visuais em comparação aos desfiles da estação passada. Se nas apresentações fall 2021 o luxo clássico e suntuoso ditou a estética das apresentações, desta vez vimos coleções mais simples, porém longe da trivialidade, e experimentais. E quando falamos em criações experimentais não estamos considerando apenas aquelas peças-conceito que demonstram a criatividade sem limites de um designer (o que nós também amamos), mas sim o fato de que algumas produções exploradas geralmente não fazem parte do universo da alta-costura, como por exemplo os conjuntos femininos compostos de duas ou mais peças que na maioria das vezes estão inseridos no contexto de ready to wear. Nesta temporada o visual ainda foi proposto com o toque moderno das modelagens amplificadas, das nuances masculinizadas e até com referências industriais o que, certamente, redefine nossas considerações sobre o que pode ser considerado couture.

A semana de alta-costura de Paris finalmente chegou para nos trazer o escapismo necessário em tempos sombrios. Muito se discute sobre a relevância de uma semana de moda feita para uma clientela diminuta e privilegiada, mas a verdade é que a alta-costura, por mais que seja uma realidade não só inacessível, mas inimaginável para a maioria de nós, representa essas criações que manifestam de forma exponencial toda a expertise, criatividade e ousadia (ou não) dos poucos estilistas que compõem o calendário. Além das criações pautadas pelo tradicionalismo, tivemos boas surpresas no que diz respeito à inovação, especialmente na Schiaparelli e na Valentino. Confira a primeira parte das nossas impressões dos desfiles de alta-costura desta temporada.

Aconteceu no último mês, em Paris, a semana de alta-costura temporada fall 2017. Se as roupas são muitas vezes repletas de detalhes minuciosos, algumas marcas propuseram equilibrar a proposta com uma beleza que apenas corrigia imperfeições e ressaltava os traços naturais das modelos.

Nenhuma máscara, nenhuma cor proeminente. Sobrancelha propositalmente despenteada, uma pele viçosa e só. Assim foi a maquiagem da Dior. Já a Valentino caprichou no iluminador, tanto no rosto, mas principalmente no olhar, num delineado claro que é inspiração pura, confira e acompanhe a seleção de produtos abaixo:

A Dior desfilou sua coleção couture esta semana na Paris Fashion Week e nos mostrou uma beleza marcante e de fácil inspiração. Para quem acha que os olhos delineados devem ter um traço delicado, a apresentação colocou essa história em cheque. Os olhos estilo gatinho continham traços fortes e bem marcados, podendo, inclusive, ser desenhados na parte inferior da linha dos cílios. O dourado também foi usado para marcar os olhos com traços

generosos. Para equilibrar tudo isso, pele e boca bem discretas. Para copiar já!

Como viram em meu insta, estava em Paris para a semana de alta-costura – Foi uma experiência incrível! Como foi a primeira vez que estive na couture, dúvidas como: looks e o que levar em minha mala, surgiram! E a saída foi, combinar roupas glamourosas com peças casuais. Como fazer? Dependendo do dia, eu optava por escolher roupas mais chiques e fazer um “hi&lo” com acessórios bacanas, porém com pegada casual. Resolvi mostrar para vocês as minhas escolhas já que muitas amigas me questionaram, como que eu produzia os looks especialmente para semanas tão importante como essas. E 2 deles estão aí: ambos para dias que tive que andar muito de um desfile para showroom, etc e portanto coloquei como prioridade, o conforto!

Uma releitura espetacular da interação arte e moda. Isso define a alta costura da Dior em Paris. O ponto de partida foi o Jardim do Éden e o que o fruto proibido representaria nos dias de hoje, como o próprio Raf Simons definiu.

Inspirado nos mestres da pintura flamenga e francesa, o estilista fez um paralelo entre a pureza e opulência, o luxo e a sensualidade, e também entre a inocência e decandência. Com toda essa densidade, a coleção é pautada entre o movimento gótico, os renascimento e o barroco dos séculos XIX e XX. Drapeados, modelagens com perfume vintage e estampas pintadas à mão, nos fazia mergulhar na História de uma maneira bem artística.

As padronagens delicadas foram influenciadas pelo Impressionismo e e também pelo Pontilhismo. Os mantôs que remetiam ao final da Idade Média se contrastavam com o femininos dos vestido da Belle Époque. Simplesmente lindo!