a cor da temporada FALL 23
03.04.23 | Moda Semanas de Moda Tendências
Sempre que uma temporada de moda acaba nós começamos a dissecar todas as camadas que envolvem o mapeamento de tendências e é claro que uma importante fração desse trabalho está na análise das principais cores utilizadas. A paleta, afinal é um dos principais nortes da atmosfera de uma coleção e deve ser pensada para além do show, já que as cores podem ser um fator determinante para o sucesso comercial daquelas criações. Nesta temporada observamos uma presença forte dos terrosos, do bubble gun pink , do vermelho, do lima e dos sempre importantes preto e branco, mas um tom em especial ganhou um verdadeiro protagonismo nas apresentações: o cinza. A presença do cinza em uma temporada repleta de coleções que se voltaram para o mood da atemporalidade, da elegância clássica e da criação sem muitos vieses escapistas é natural até pela impressão de neutralidade que a cor emite e que se harmoniza com as principais narrativas que observamos nessas apresentações.
Mas muito mais do que reafirmar a sofisticação e o eterno, o cinza teve outro papel importante: o de equilibrar a excentricidade de designs experimentais. Vimos a cor ser aplicada (dos pés à cabeça) tanto em conjuntos clássicos de alfaiataria como em peças mais conceituais e também nos stylings mais alternativos e elaborados, trabalhados em camadas complexas, texturas distintas e proporções opostas. O cinza carrega esse histórico de tradicionalismo e muitas vezes leva fama de ser sem-graça. Mas o seu aparecimento repetido nas passarelas indica que mesmo as estéticas mais extravagantes tendem a ser neutralizadas e adaptadas para o principal movimento que vimos nessa temporada, que é o de se voltar para o eterno, para as roupas que nos trazem a sensação de familiaridade, que nos levam para um lugar de segurança. E qual o tom (além do preto e do branco, obviamente) que cumpre de maneira eficaz o papel de reafirmar esses códigos visuais “pé-no-chão”?
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