Oscar 2022 | Jenny Beavan e a genialidade por trás do figurino

06.04.22 | Lifestyle Moda Styling


 

O figurino, sem dúvida, é uma das partes cruciais do sucesso de um filme. É através dele que grande parte do personagem se desenvolve e se mostra para a audiência. Através da imagem de um personagem já podemos perceber nuances de personalidade e histórias de vida que nem precisam estar destacadas no roteiro. É justamente essa entrega sutil que o figurino proporciona é que o torna tão importante para a indústria cinematográfica. Este ano quem ganhou o Oscar de melhor figurino foi a britânica Jenny Beavan pelo seu trabalho no imperdível Cruella, live action do icônico personagem da Disney no filme 101 dálmatas.

 

 

O filme é ambientado na Londres dos anos 70, época que Jenny viu e viveu de perto. Entre suas referências para a elaboração do figurino do filme estavam a cena cultural punk do período, a cantora alemã Nina Hagen, uma espécie de musa alternativa do movimento, e em estilistas como Alexander McQueen, John Galliano e Vivienne Westwood. Jenny começou sua carreira como cenógrafa mas migrou para o figurino de cinema naturalmente. Com um currículo extenso, a designer já foi indicada ao Oscar pela mesma categoria 11 vezes e ganhou em outras duas oportunidades. A primeira estatueta veio em 1987 com o filme A Room With a View que retrata a rebeldia de uma jovem aristocrata britânica no começo do Séc. XX. O segundo Oscar foi em função do seu trabalho no premiado Mad Max Fury Road.

 

 

Na ocasião, Jenny chamou a atenção não só pelo prêmio, mas também por ter comparecido à cerimônia de calça e jaqueta de couro que continha o logo da caveira flamejante do filme bordado em pedras nas costas da peça. A escolha de vestuário de Jenny foi criticada em demasia, mas a verdade é que a figurinista mostrou que não precisa provar nada pra ninguém (especialmente no que se refere a sua própria imagem), já que seu talento indiscutível para contar histórias através de roupas é que se sobressai, além de se mostrar como uma força disruptiva frente aos velhos códigos de vestimentas de cerimônias desse porte e que já começam a ser mais questionados pelas frequentadoras (vide a escolha da atriz Kristen Stewart para o tapete vermelho deste ano). Este é na verdade o objetivo primordial da designer quando está a frente de um projeto: contar a história de um personagem, moldar sua personalidade, escrever sua vida, tudo por meio da sua figura.

 


 

Certamente ainda veremos muitas indicações de Jenny à categoria em especial nas próximas edições, já que a profissional está envolvida no filme derivado de Mad Max voltado para a personagem Furiosa, interpretada por Charlize Theron.

 

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