SPFW N.48 | Handred

21.10.19 | Semanas de Moda


 

 

A marca carioca fundada em 2012 se define como sem gênero e sem idade, que abraça as pluralidades e preza pela matéria-prima natural, pela ampla variação de numeração e pelo bem-estar de seus funcionários. A Handred, como tantos outros novos talentos, se alinha com uma nova forma de produzir moda e é essa que inclui, que não rotula e que é fiel a sua própria identidade, independente de tendências.

 

 

 

Para o inverno da marca, André Namitala se inspirou na região da Costa Brava, na Espanha, e usou como referência o surrealismo dos também espanhóis Picasso e Dalí. As peças são muito leves, serenas e cabem em quaisquer corpos. Camisas, calças, batas e túnicas frouxas inspiram frescor e liberdade – bem inerente ao estilo de vida dos artistas que influenciaram essa coleção. Tons naturais deram o equilíbrio perfeito para as estampas superlativas que imitavam uma espécie de patchwork cubista. André também se valeu de uma transparência turva, colocada em camisas e vestidos longos em tons suaves de verde que traziam uma sensualidade branda à coleção. A base surrealista do desfile ficou por conta das estampas e das aplicações de círculos e contas metalizados e de madeira colocadas em kaftans, jaquetas e blusas. O casting foi diversificado não só em gênero, raça e corpos, mas também em idade – um movimento crescente nas passarelas internacionais, mas que ainda aparece tímido por aqui. A Handred fecha esta edição da SPFW que contou com uma gama de novos representantes da moda nacional, que mostram talento e dedicação para transpor as barreiras históricas do mercado e trazem o frescor das percepções de quem busca pensar e produzir fora dos padrões.

 

 

 
Fotos Zé Takahashi

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