2022 chegou – o que esperamos da moda daqui para frente
03.01.22 | Get Inspired By Lifestyle
A cada ano pensamos em resoluções, objetivos e tarefas para alcançarmos, quase sempre de maneira muito pessoal. Mas em tempos em que diversos eventos nos atingem como um todo, nos obrigando a pensar e agir em prol da coletividade, nossas resoluções, objetivos e tarefas que se renovam todo o dia 01/01 também deveriam ser projetados no âmbito social. Tendo isso em mente, um dos nossos principais desejos para 2022 é que a moda, de fato, se torne um lugar de transformação e locomoção social através do reconhecimento justo, urgente e genuíno de talentos verdadeiros e plurais, de origens plurais. Estamos falando especificadamente da moda por ser nosso principal instrumento de trabalho, por vivermos suas diversas ramificações todos os dias. E quanto mais analisamos e falamos sobre moda, mais percebemos a necessidade de se ocorrer essa revolução. Testemunhamos, sim, algumas evoluções nesse campo, especialmente na última edição da SPFW, muito mais democrática e diversa. Mas ainda caminhamos a passos infantis nessa mudança. Quantos talentos são ignorados e anulados por conta da prática ultrapassada (e tóxica) de diversos veículos darem preferência a nomes (e sobrenomes) que já fazem parte de uma estrutura dominante a fim de que essa bolha permaneça fechada em detrimento de profissionais realmente sérios e detentores de conteúdos e bagagens relevantes que poderiam contribuir de maneira exponencial para o crescimento e amadurecimento da moda brasileira? O que nós desejemos, é que haja um compromisso sério entre a moda e a diversidade. Colocar uma modelo negra e uma pessoa gorda para a imagem de uma campanha não configura comprometimento com uma moda mais diversa. Nós queremos que essas pessoas e tantas outras que fogem da estética branca/sudestina/nomes-compostos-importantes ocupem cargos de liderança dentro da indústria e que ganhem destaque além de uma imagem esporádica. Nós queremos que pequenos produtores, artesãos e artistas não sejam surpreendidos ao verem seus trabalhos descaradamente usurpados por grandes nomes sem qualquer crédito ou o justo redirecionamento do lucro. Nós queremos não só corpos e cores diversos, mas queremos vozes diversas também. E que essas vozes sejam altas e reverberem e gerem impacto. Em um mundo onde eventos tão grandiosos atingem a humanidade de forma tão desafiadora, ainda que cada um viva suas experiências subjetivamente, é urgente que a moda comece a trabalhar em favor do coletivo. Nós desejamos que o “viver de moda” seja uma realidade para esses profissionais. Que eles ganhem de maneira justa por seus trabalhos, que as marcas já consagradas no mercado esqueçam do “pagamento” através de permutas ou simples menções, e de fato se envergonhem de um dia terem exercido tal prática. Ética, remuneração justa, ambientes de trabalho saudáveis e plurais. Será pedir muito?
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