A temporada mais luxuosa e exclusiva das fashion weeks teve início nesta semana e já notamos algumas mudanças visuais em comparação aos desfiles da estação passada. Se nas apresentações fall 2021 o luxo clássico e suntuoso ditou a estética das apresentações, desta vez vimos coleções mais simples, porém longe da trivialidade, e experimentais. E quando falamos em criações experimentais não estamos considerando apenas aquelas peças-conceito que demonstram a criatividade sem limites de um designer (o que nós também amamos), mas sim o fato de que algumas produções exploradas geralmente não fazem parte do universo da alta-costura, como por exemplo os conjuntos femininos compostos de duas ou mais peças que na maioria das vezes estão inseridos no contexto de ready to wear. Nesta temporada o visual ainda foi proposto com o toque moderno das modelagens amplificadas, das nuances masculinizadas e até com referências industriais o que, certamente, redefine nossas considerações sobre o que pode ser considerado couture.

Working Girl é um filme de 1988 que narra a trajetória de Tess Mcgill, uma secretária que assume o lugar de sua chefe em meio à competitividade da bolsa de valores de Nova York. Pela narrativa e principalmente pela época, você já pode imaginar que o filme é uma ótima referência de estilo. Para convencer na posição de poder em meio a esse cenário, Tess promove um verdadeiro upgrade na imagem e passa a usar ternos de ares masculinos e shapes retos, blazers de ombros proeminentes, trench coats volumosos, cores mais sóbrias e muito xadrez príncipe de Gales. Essa representação do que se tinha por uma imagem de poder no final dos anos 80 foi bastante replicada nos desfiles da temporada outono/inverno 2019 e já podemos perceber que esse movimento tem ganhado força por aqui também. Confira a releitura contemporânea do icônico personagem de Melanie Griffith e se inspire com a nossa seleção ao final do post.

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