SPFW N.48 | Beira

17.10.19 | Semanas de Moda


 

 

A Beira também faz parte das marcas relativamente novas que estão em ascensão no circuito nacional justamente por se alinharem com as demandas atuais do mercado, em especial na questão da sustentabilidade, pela criação de peças fluídas, que podem transitar livremente pelo universo de ambos os gêneros e pelo compromisso com a diversidade.

 

 

Nesta temporada Lívia Campos, diretora criativa da marca, revisitou as peças do estoque e promoveu novas intervenções com técnicas artesanais de tingimento e lavanderia a fim de reinterpretar criações antigas e transformar as roupas em algo totalmente diverso de sua proposta original. Reciclar, reutilizar e dar novos significados sobre o já existente parece ser a pauta principal desta edição da SPFW, que traz fôlego à moda nacional com gente nova, engajada e disposta a fazer a diferença, seja no comprometimento com a inclusão de pautas sociais e políticas urgentes, seja pela liberdade criativa que eleva a qualidade dos produtos made in brazil. A Beira desfilou azuis suaves e calmantes – passando da gama dos mais claros aos acinzentados e chegando aos profundos – em modelagens desprendidas e livre de rótulos. Apesar de parecer simples, todos os detalhes das peças foram cuidadosamente pensados para que se tornem únicas nos corpos de quem as adquire – dos comprimentos das mangas aos bolsos utilitários, das propostas de sobreposições às costuras mais largas que vão se desgastando conforme a lavagem. Da nobreza da alfaiataria ao moletom democrático, a Beira oferece qualidade descomplicada e atual.

 

 

SPFW N.48 | Projeto Estufa – Victor Hugo Mattos

16.10.19 | Semanas de Moda


 

 

Integrando o line up do Projeto Estufa desde a edição n. 46 da SPFW, o estilista Victor Hugo Mattos pode ser considerado um verdadeiro artista em suas criações. Mattos preza pela excelência do handmade, buscando inspirações e materiais em elementos brutos da natureza, o que traz uma atmosfera fantástica ao seu trabalho, em especial nos impecáveis acessórios de cabeça. De olho na sustentabilidade, o designer ainda busca matéria-prima para suas criações em brechós e acervos, o que torna a assinatura de seu trabalho ainda mais peculiar e em consonância com as práticas atuais de reciclagem na moda.

 




 

Nesta coleção Mattos trabalhou suas intervenções criativas em muitas peças tradicionais (garimpadas em diversos lugares), como calças de alfaiataria, blazers, camisas sociais e coletes, que ganharam aplicações em pedraria, franjas, búzios e contas que remetem aos adornos tradicionais das religiões de matriz africana. Telas e redes que formavam camisetas e vestidos dos mais diversos comprimentos injetaram sensualidade à coleção, que explorou a transparência em vários níveis de ousadia. Aqui o trabalho do estilista também parece reverenciar os orixás das águas, em especial pelo adorno de cabeça que complementava um dos vestidos e que lembra bastante àqueles retratados em imagens do gênero. Produções finalizadas com peças metálicas formavam uma espécie de armadura sobre conjuntos de calça reta e camisas fluídas elevando o nível de sofisticação e conceitualismo das composições.

 

 


 

 
Fotos: Zé Takahashi e Marcelo Soubhia

SPFW N.48 | Patbo

16.10.19 | Semanas de Moda


 

 

Criada com o intuito de ser uma vertente mais contemporânea e fashionista do trabalho da estilista mineira Patrícia Bonaldi, a PatBo tem o propósito de trazer criações cosmopolitas e casuais, sem perder de vista a excelência de sua origem, fundada no rico trabalho de alta-costura que fez o nome de Patrícia ser reconhecido mundialmente. Com um resortwear chic, porém possível, a PatBo oferece peças para mulheres de personalidades plurais e gostos diversificados, mas que não abrem mão da sofisticação.

 

 

 

 

Em sua coleção de alto verão, Patrícia criou para a cliente que viaja a destinos de férias badalados e que com poucos ajustes no visual pode circular da praia à piscina e do lounge à vida noturna. A experimentação do seu beachwear fica por conta de recortes estratégicos, mangas bufantes e a utilização de materiais nobres que são pouco comuns a esta parte do closet. Mirando nas festas de fim de ano, a coleção traz belíssimas opções de vestidos brancos trabalhados delicadamente nos detalhes que revelam a silhueta de forma despretensiosa e camisas (por que não?) de design mais urbano. Calças pantalonas de tecidos brilhantes usadas com blusas cropped de mangas sobressalentes formam uma proposta visual simples, porém eficaz na sofisticação sem esforço. Estampas de inspiração nos azulejos portugueses apareceram em vestidos esvoaçantes e maiôs de corte moderno. Blusas e saídas de praia de crochê e em técnica que remete ao macramê mostravam que a veia artesanal da estilista lembrada principalmente pelos bordados, também pode se enveredar para um caminho mais casual, mas não menos sublime.

 

 

 

 
Fotos: Zé Takahashi

SPFW N.48 | Modem

16.10.19 | Semanas de Moda


 

 

Diversas vertentes do universo das artes inspiram o trabalho de André Boffano, diretor-criativo da Modem. Fundada em 2015, a marca veio com o proposito de unir design, arquitetura e artes plásticas na criação de peças simples, porém destacadas por elementos de design modernos, como volumes pontuais, estamparia exclusiva e trabalho manual apurado aliado a tendências tecnológicas do mercado.

 

 



 

Para esta temporada, Boffano propõe um novo olhar sobre as próprias criações da marca ao aliar as peças de arquivo com novas interferências criativas e construções. O tema sustentabilidade também aparece aqui ao explorar a criação a partir do que já existe, especulando novas maneiras de utilização de uma mesma peça ao se adicionar formas e volumes através de técnicas modernas. Aliás, as proporções amplificadas é que ditaram o rumo desta coleção e foram aplicadas em comprimentos mini e sobreposições, além das texturas tridimensionais que apareceram em tricôs elaborados, itens plissados, metalizados e em jacquard. A paleta de cores sóbria imprime ainda mais versatilidade à coleção, que propõe um inverno de feminilidade não óbvia e marcante pelos volumes.

 

 



 
Fotos: Zé Takahashi

SPFW N. 48 | Reinaldo Lourenço

15.10.19 | Semanas de Moda


 

 

Veterano da semana de moda de São Paulo, Reinaldo Lourenço criou sua marca na década de 80 após diversos trabalhos no setor. Com uma linha criativa vanguardista, Reinaldo é um dos estilistas mais experimentais da moda nacional. Sempre de olho no futuro, a marca é uma referência importante para os movimentos que ainda vão acontecer e suas criações possuem design arrojado aliado a um bom gosto extremo.

 



 

 

Um clima fetichista punk dominou o inverno da marca. Chokers de spikes, couro, amarrações, telas, transparência e ilhoses dividiram a passarela com blusas e vestidos extremamente femininos, criando uma dualidade entre referências tão opostas e ao mesmo tempo tão complementares. O trabalho com contrastes também ficou por conta dos calçados robustos que complementavam tanto os looks mais carregados, quanto os delicados. Mix de texturas marcantes traziam riqueza visual ao desfile e camisas, saias e vestidos em laise se misturavam à densidade do couro, à sofisticação da alfaiataria e ao utilitarismo de faixas ajustáveis, zíperes, cintos de pegada militar e tornozeleiras de referência punk. A coleção teve como base principal de cartela o preto e o branco, mas tons vibrantes de rosa, azul e vermelho imprimiram iluminação às criações.

 



 

 

A tradicional estamparia floral do estilista apareceu em tons acesos de vermelho com fundos claro e escuro e foi colocada tanto em conjuntos mais urbanos quanto em vestidos românticos.

 


 

No memorando do desfile, o estilista chama os personagens de suas criações de softpunks, que são punks cultos e educados que misturam os elementos característicos de seu movimento com outros mais suaves e femininos, como golas-rufo, mangas bufantes, rendas e babados associados à realeza de outros séculos. Inocência e malícia se complementam no inverno de Reinaldo Lourenço, que explora conceitos antagônicos como se pertencessem um ao outro de maneira orgânica e longe de efeitos agressivos.

 



 
Imagens: Zé Takahashi

SPFW N. 48 | Bobstore

15.10.19 | Semanas de Moda


 

 

A Bobstore foi criada em 1996 com o proposito de unir a leveza do estilo boho com a sofisticação urbana sem esforço da paulistana. A mistura esperta entre a nobreza da alfaiataria de qualidade e bem cortada com o fator cool do jeanswear fizeram da “Bob”- como carinhosamente é chamada pelas paulistanas – uma das marcas que mais queridas e lembradas do mercado.

 

 


 

O inverno da marca, no entanto, chegou um pouco mais experimental. O estilista André Boffano teve como cenário o movimento artístico abstracionista das artistas Hilma af Klint, Emma Kunz e Agnes Martin, mas suas inspirações foram além da estética e adentraram no lifestyle dessas figuras femininas tão fortes quanto místicas. Mangas com volumes românticos, cortes assimétricos e ombros levemente proeminentes criaram um visual delicado na essência, mas com personalidade nos detalhes, como na mistura de materiais mais pesados com outros fluídos, nas construções alternativas da silhueta – alongada tanto na parte de cima quanto na de baixo, através de formas comedidamente ampliadas e comprimentos estendidos.

 

 


 

 

A ótima cartela de cores injetou ainda mais sofisticação à coleção, que foi apresentada em vermelhos mais suaves, azuis e verdes opacos e terrosos das mais variadas profundidades. A feminilidade da textura plissada aplicada em camisas e vestidos contrasta com a densidade das peças em couro e com a mood utilitário implantado em faixas e cordões ajustáveis, bolsos e fivelas.

 

 


 
Imagens: Zé Takahashi

SPFW N. 48 | Ellus

14.10.19 | Semanas de Moda


 

 

Fundada em 1972, a Ellus é uma das marcas mais reconhecidas quando o assunto é jeanswear. Com produtos de qualidade e como uma das maiores autoridades nacionais na moda urbana, a marca avança ao longo dos anos mantendo sua relevância ao aliar seu DNA urbano com demandas atuais e de necessária discussão. Para o inverno 2020, a Ellus chega preparada para o protesto. O tema sustentabilidade nunca esteve tão em voga na moda e cada vez mais os maiores nomes do setor se adaptam para este problema global que não pode mais ser ignorado. Como uma forma de tornar essa discussão local, a Ellus se volta para as nossas questões ambientais, em especial no que diz respeito à Amazônia e a urgência na mudança do nosso estilo de vida para que consigamos reverter ou ao menos amenizar este cenário caótico.

 


 

Durabilidade dos produtos pautada pela qualidade de sua manufatura entram no campo do consumo consciente proposto pelo desfile, que trouxe peças atemporais em jeans e alfaiataria com elementos urbanos e atuais, como bolsos lagos, zíperes e amarras, injetando um mood utilitário às peças.

 

 

A cartela de cores, escura e clássica, composta em sua maioria de cinza, verde-oliva, preto e branco ganhou toques vibrantes pelas misturas com laranjas e azuis mais intensos nos detalhes. Máscaras antipoluição e lenços colocados próximos aos rostos dos modelos reforçavam a pauta ativista da coleção, que não ficou apenas na passarela. Em uma ação colaborativa com a Route, de Simão Filippe – projeto social que desde 2011 tem como objetivo educar a população para a preservação do meio ambiente através da limpeza de praias e áreas públicas – a Ellus realizou ações de coleta em diversos Estados e criou uma coleção limitada que já está nas lojas. Igualmente, em parceria com a Guaraná Antarctica, a marca anunciou um novo projeto em prol da Amazônia, que será revelado no mês que vem.

 


 

 

Ao expor a questão em seu desfile e estender a discussão para fora do âmbito visual, a Ellus gera engajamento para uma causa muito necessária e se mantém como um dos nomes mais importantes da moda nacional.

 

 
fotos: Zé Takahashi

spfw 45 – texturas refletivas no verão de reinaldo lourenço

26.04.18 | Moda Semanas de Moda


 

Se depender de Reinaldo Lourenço, nosso verão será reluzente. O estilista usou diversos materiais de texturas refletivas em sua mais recente coleção, como lamê, lurex e couro. O resultado foi um desfile de atmosfera alegre e bastante feminina, especialmente pelos vestidos de estampas florais e xadrezes em tons de rosa. O designer equilibrou muito bem as referências de futurismo e feminilidade.

 

 

A ideia é justamente tirar os tecidos metálicos apenas de ocasiões noturnas. Com a modelagem ou a estampa adequadas, podemos brilhar a qualquer hora do dia. Veja nossa seleção de produtos com texturas reluzentes:

 

spfw 45 | cor de canela na passarela da lilly sarti

24.04.18 | Moda Semanas de Moda


 

Os desfiles da Lilly Sarti são dos mais aguardados da semana de moda de SP. Ontem a marca fez uma apresentação memorável, repleta de sofisticação e com uma cartela de cores deliciosa, que ia de variados tons de rosa, aos azuis-claros e verdes. Os terrosos, no entanto, especialmente um tom de laranja-queimado que lembra a cor da canela, formaram a atmosfera principal da coleção. Em looks completos ou combinados com outras cores que realçavam ainda mais as roupas, o canela é a principal aposta Lilly Sarti para o verão. Veja alguns cliques do desfile de ontem que encerrou o segundo dia da SPFW e ao final do post encontre nossa seleção de produtos neste tom para você já adiantar a tendência.

 

 
Shop the trend!
 

look da paula | spfw 43 | look 1

13.03.17 | Look da Paula


 

A semana de moda de São Paulo começa hoje e a Paula mostra o look que vai usar para a maratona fashion. Discreto e ousado ao mesmo tempo, a combinação de saia midi com t-shirt ganha ares cool pelos detalhes metalizados da saia e pelos furinhos da camiseta. O look é finalizado com o toque glam do scarpin preto de verniz. Gostou? Nós montamos um look similar que você encontra ao final do post!