22.07.21 | Street Style Tendências
Desde o ano passado estamos de olho nesse movimento. Na temporada spring 2021 apresentada no final do ano passado, peças festivas já entregavam que o visual pós-pandêmico seria superlativo. Na temporada resort, a história se repete. Cores solares, texturas brilhantes, styling exuberante e formas dramáticas confirmavam a tendência. Nesta semana de alta-costura vimos que o luxo e seus códigos clássicos foram potencialmente elevados pelos estilistas e o street style da temporada (a primeira com diversos desfiles presenciais após longos meses de confinamento e apresentações digitais) buscou enterrar de vez o conforto aplicado aos nossos looks nos dias de lockdown. Com as pessoas voltando a ocupar as ruas no hemisfério norte, um evento como a semana de alta-costura foi o momento ideal para que todas as prodigiosas ideias de styling e todas as roupas adquiridas impulsivamente durante o isolamento fossem merecidamente vistas. A modéstia e a casualidade dão lugar a uma estética mais bem construída e rica em detalhes que sugerem abundância e otimismo para o que está por vir. Para esquecer de vez o moletom no fundo do armário.
24.06.21 | Moda Tendências
22.06.21 | Moda Tendências
Na última temporada de desfiles vimos que diversos designers optaram por um visual superlativo que sugere escapismo, celebração e otimismo em relação ao futuro. Na contramão do visual exuberante da temporada fall 2021, as apresentações do resort 2022 exploram uma estética muito mais natural, composta de itens tradicionais, styling discreto, peças artesanais e cores que manifestam elegância e calmaria. O visual, apesar de modesto, não abre mão da sofisticação. As linhas retas, as formas desprendidas e a matéria-prima natural comunicam uma polidez acessível, muito mais condizente com o nosso momento atual do que o luxo que nos classifica e, por consequência, nos distancia.
17.06.21 | Moda Tendências
Quando pensamos em uniformes escolares ou mesmo nas roupas que geralmente são associadas com este ambiente logo nos lembramos dos brasões, das saias de prega, das bermudas e calças de alfaiataria de cores clássicas, dos cardigãs e coletes típicos dos colégios mais tradicionais, mas também podemos fazer essa associação com conjuntos esportivos, jaquetas bomber, bordados com letras e números de estética escolar, peças utilitárias etc. Essa narrativa visual característica dos colégios foi explorada por diversas marcas nesta temporada resort e algumas, como no caso da italiana Philosophy, deram continuidade a este tema que já vinha sendo utilizado na temporada anterior.
E assim como o romantismo que falamos na parte I tem tudo a ver com o momento atual e com o que se espera do futuro em termos estéticos, o movimento que propõe esse visual de perfume escolar também sugere um resgate da normalidade. É a vida voltando ao seu curso rotineiro após tanto tempo sob o isolamento e as restrições sociais. A ideia de retorno às aulas vai muito além do seu conceito original e aqui tem muito mais a ver com a retomada da interação humana, do convívio social, da troca de experiências e do crescimento individual quando existe relacionamento com outras pessoas.
15.06.21 | Moda Tendências
Neste mês diversas marcas começaram a apresentar suas coleções resort, que são aquelas que ocorrem entre a temporada fall e spring e que ficam por mais tempos nas lojas. Nós já começamos a analisar essas coleções e nossas observações vão ser divididas em quatro partes que serão publicadas aqui no blog. Para a primeira parte, notamos um movimento importante de resgate de uma feminilidade extrema. Mas é extrema mesmo! Todas as características de um estilo pessoal que chamamos de feminino são encontradas aqui, mas de uma forma muito mais superlativa, exagerada e quase caricata. Essa revisitação de uma delicadeza exagerada nos fez refletir sobre a carência de afeto, de toque e de cuidado mútuo que estamos vivendo atualmente. É certo que a vida aos poucos vai voltando ao normal e que daqui pra frente, falando em termos de moda, os movimentos serão voltados para as demandas de um recomeço. Portanto, é normal que após mais de um ano isolados, busquemos o contato, o afeto e o cuidado com familiares, amigos, amores…
Quando estudamos a teoria da consultoria de imagem e entramos no capítulo dos estilos pessoais, a parte do que chamamos de “estilo feminino” tem exatamente essa narrativa – delicadeza, afetuosidade, alegria, ingenuidade, segurança, familiaridade etc. Então quando observamos essa atmosfera sendo aplicada de maneira tão literal nas propostas de diversas marcas (note que até alguns ensaios promovem imagens que podem ser associadas a sentimentos melancólicos e nostálgicos ligados ao romance), a associação com a necessidade de delicadeza (e de tantas outras atitudes que essa estética sugere) daqui pra frente é inevitável.
07.05.21 | Moda Tendências
Apesar do nome, o bordado inglês não vem da Inglaterra. Existem relatos que a técnica surgiu na Ilha da Madeira, em Portugal, ou na República Tcheca no Séc. XVI, mas a verdade é que o bordado caracterizado pelas padronagens feitas a partir cortes arredondados e depois costurados em tecidos, se popularizou na Inglaterra no Séc. XIX durante a era vitoriana, especialmente em roupas íntimas e infantis. Com o passar do tempo, o bordado inglês foi ganhando mais abrangência, principalmente por conta da modernização de sua produção que passou a ser feita por máquinas a partir de 1870. Já nos anos 50, a técnica novamente teve seu auge sobretudo depois que a atriz Brigitte Bardot usou um vestido com esses detalhes em seu segundo casamento, em 1959. Desde então, o bordado inglês deixou de ser utilizado apenas em detalhes, roupas íntimas ou enxovais e passou a fazer parte de peças completas o que foi muito bem vindo para o gosto das latino-americanas por conta do nosso clima mais quente. Geralmente associado a um estilo mais feminino e delicado, nessa temporada de apresentações das coleções primavera/verão 2021/22 o bordado foi aplicado em peças de cunho urbano, como camisas, calças e macacões e também ganhou espaçamentos maiores, tornando os orifícios mais visíveis e dramáticos. O movimento de se voltar para técnicas tradicionais de manufatura é algo que acontece na moda há algum tempo, mas que parece ter ganhado força com o advento da pandemia principalmente porque temos o desejo, por vezes inconsciente, de olharmos para algo que nos seja familiar em tempos de incertezas. O processo artesanal causa essa sensação de bem-estar e familiaridade sobretudo por nos remeter à ideia de pequenos trabalhadores, produção familiar, campo, natureza, simplicidade, acolhimento, calma etc. e nós já falamos por aqui sobre como o movimento de reconexão do homem com a natureza vem ganhando força em razão dos tempos atuais (para ver clique aqui). Veja como o bordado inglês será aplicado no próximo verão de acordo com as coleções apresentadas no final do ano passado e se inspire para achar suas peças em locais alternativos, pequenos produtores etc. o que tona a história das suas vestes muito mais rica.
20.04.21 | Moda moda pra pensar Tendências
Já adiantamos a resposta: não é bem assim. A verdade é que depois de anos de reinado dos jeans mais justos em nossos armários, a preferência pela calça skinny caiu consideravelmente nos últimos tempos e podemos “culpar” a Geração Z por isso. Já é sabido que uma das características desse grupo é o exercício do novo olhar sobre o que já existe e dar preferência para uma moda que tenha propósito, narrativa, história e experiência, além, claro, das novas formas de consumo que visam hábitos menos impactantes no meio ambiente. As calças jeans que estão em evidência no momento, portanto, atendem às demandas dessa geração principalmente pelo visual – modelagens amplas, cinturas baixas a intermediárias e lavagens claras lembram dos jeans que eram usados nos anos 80 e 90 especialmente dentro do âmbito cultural e musical de diversos grupos urbanos – e pela possibilidade de se encontrar peças assim em meios de consumo alternativos, como brechós, feiras etc., o que corrobora com a pauta sustentável levantada pelos Z’s. Em que pese todos os motivos pelos quais as wide leg jeans estão em evidência, acreditamos que artigos que ditam a morte de uma calça skinny (ou de qualquer outro item) são um tanto quanto radicais. Existem peças que já se tornaram clássicos do armário e independem de tendências e nós colocamos as skinny nessa categoria, assim como blazers, camisetas, camisa branca etc. E mesmo que não fosse esse o caso da skinny, no final das contas as pessoas usam o que quiserem e quando quiserem. As calças justas têm seu valor visual, são versáteis, vestem uma infinidade de silhuetas, otimizam o armário e compõem edições interessantes de looks, tal como ocorre com as wide legs do momento. Claro que se informação de moda for algo importante na composição do seu visual, você vai dar um tempo para as suas skinny, mas “morte” já é algo mais ditatorial e nós repudiamos qualquer forma de limitação das suas expressões de estilo. Use skinny, use baggy, use o que quiser!
25.03.21 | Moda Tendências
Quando tratamos dos movimentos de moda sempre olhamos para o futuro de acordo com o que acontece no presente. Nesse sentido, muito tem se falado a respeito dos looks confortáveis, que lembram da segurança (e muitas vezes da melancolia) do lar e da obrigação de se permanecer dentro de casa. Por conta disso as releituras dos conjuntos de moletom e das ditas “roupas de ficar em casa” foram bastante vistas durante as apresentações da temporada spring 2021 (que correspondente a nossa primavera/verão 2021/22) e sem sombra de dúvida se tornaram um dos movimentos mais importantes deste período pandêmico. Mas na contramão do aconchego extremo, está este movimento. É certo que muita gente vai querer se livrar da imagem dos dias de confinamento e botar para jogo suas peças mais extravagantes quando nossa liberdade voltar a ser algo possível. De olho nesse consumidor, muitas marcas se voltaram para um visual dramático, exagerado e que remete muito a essa ideia de escapismo que também é um dos papeis da moda. São texturas reluzentes, sobreposições extremas, volumes teatrais, matéria-prima nobre e, em alguns casos, todas essas características juntas. Muito desse movimento vem de referências dos looks da era disco da década de 70 e na extravagância quase lúdica dos anos 80. A ideia aqui é de otimismo, de esperança em um futuro menos nebuloso e mais colorido.
23.03.21 | Semanas de Moda Tendências
Nós já falamos sobre alguns movimentos de moda que percebemos durante as apresentações da temporada fall 21 e muito do que vimos até agora tem relação com atitudes mais sustentáveis, através do exercício de renovar e otimizar peças já existentes, do resgate de uma atmosfera retrô, que também acena para o ato de voltar a usar algo esquecido, ou mesmo consumir de maneiras alternativas, se voltando para as trocas ou brechós, por exemplo. Também já falamos sobre o movimento da sobrevivência (para relembrar, clique aqui) que aponta para as diversas nuances a respeito do tema, seja através do conforto que remete à segurança do lar, passando pelas referências apocalípticas do cinema, dos games e da literatura, chegando ao visual composto por diversas camadas que sugere a resistência através de uma vida nômade. A exploração das nossas formas tão plurais e subjetivas de sobreviver também engloba encontrar maneiras mais sustentáveis de consumir e ambos os movimentos podem ser inseridos no conceito deste que chamamos de “A Era do Gelo”. Se observarmos o que foi apresentado nessas recentes coleções, veremos uma interpretação dramática do que a moda espera para o futuro, em especial para o inverno que, com base nos looks criados, será implacável. O exagero das camadas, o volume e o peso dos casacos, a utilização de matéria prima que remete à ancestralidade humana (pelos fake em especial) e a proteção do corpo elevada a níveis extremos propõe não só um visual glamouroso e ao mesmo tempo preparado para as temperaturas glaciais, mas também nos convida a refletir sobre a necessidade de se vestir dessa maneira. Será que com nossos hábitos atuais estaríamos caminhando para uma nova era do gelo? As passarelas aqui indicam, num primeiro olhar, o ato de sobreviver a condições extremas, mas também podem ser interpretadas como um apelo para que repensemos nossas posturas para não chegar a este ponto.
25.02.21 | Moda Semanas de Moda Tendências
Os tons terrosos já se tornaram um clássico e ao menos uma peça com essa característica pode ser encontrada nos mais diversos armários. Essa é uma família sofisticada de cores e devido a sua grande variedade de nuances seu uso é bastante versátil, já que todas elas combinam perfeitamente entre si, o que possibilita um maior aproveitamento do guarda-roupas. As apresentações da temporada fall 2021 reviveram os tons, como é de se esperar até pela própria natureza da temporada, mas de uma maneira um pouco mais moderna. Looks monocromáticos são considerados criativos e corajosos, já que dependendo do tom escolhido o visual pode ficar bem marcante. Mas uma produção monocromática feita somente com tons terrosos é capaz de manter essa diferenciação sem, no entanto, exagerar na dose de teatralidade. Muito pelo contrário. Justamente por se tratarem de cores que possuem uma essência naturalmente sofisticada, existe um equilíbrio entre a dramaticidade inerente ao look monocromático e a elegância desses tons. Outra característica que notamos nesse movimento monocromático terroso, é em relação aos materiais das peças que, em sua maioria, são mais densos. Couro, camurça, lâ, pelos, sarja e uma alfaiataria mais encorpada trazem ainda mais modernidade ao caráter tradicional dessas cores.
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