Os acessórios, tanto quanto as roupas, são parte importante nas nossas análises de tendências especialmente pelo mercado enorme em que estão inseridos ainda mais se levarmos em conta que são eles que de certa forma democratizam (ainda que dentro de uma bolha) o acesso às marcas de luxo. Nesse sentido fizemos um mapeamento das tendências em bolsas para a temporada primavera/verão 2023/24 que, na verdade, refletem com bastante precisão o nosso atual contexto social e indicam que os comportamentos atrelados a funcionalidade, dinamismo e produtividade, tendem a crescer no futuro, bem como a estética ligada ao universo infantil que já vem sendo observada desde as semanas de moda da temporada passada.

Mais uma temporada de moda se encerra e com ela vamos mapear os principais movimentos que ocorreram na fashion week de Paris, considerada a mais importante do circuito. E esse título não vem à toa. As marcas que se apresentam em Paris têm como principal característica a singularidade. São coleções que vão além, que nos fazem pensar fora do senso comum e nos tiram da zona de conforto. Nesta temporada não foi diferente. Dos principais movimentos que detectamos, a maioria gira em torno da narrativa de não só revisitar, mas de transformar – visuais e ideais. Looks pretos ganham construções complexas, cores e lavagens de cara “sujinha” se tornam um conceito, elementos de design triviais são promovidos a adornos arrojados, a legging sai completamente do campo esportivo e os itens tidos como tradicionais são completamente descaracterizados para modernizar não só nosso visual mas também nossas percepções sobre o que nos rodeia. Tudo em Paris nesta temporada parece ter sido pensado para nos fazer repensar.

Tivemos em Milão uma semana de moda muito eclética, com movimentos que atendem a uma grande variedade de demandas. Ao mesmo tempo em que a sensualidade é uma linguagem ainda presente, temos dinâmicas estéticas opostas pautadas por volumes e modelagens relaxados, referências visuais cinquentistas e indicações lúdicas de um retorno à infância. Texturas marcantes e um tributo às roupas pensadas para a realidade fecham o reporte dos movimentos de moda de Milão desta temporada spring 23.

A semana de moda londrina aconteceu poucos dias depois do falecimento da Rainha Elizabeth II e o momento histórico foi lembrado pela maioria dos estilistas que atualizaram suas coleções a fim de incluir o sentimento deste luto em termos visuais. Em outros contextos, as apresentações parecem ter sido pautadas em oferecer perspectivas alternativas sobre uma peça ou um estilo, nos fazendo imaginar novas formas de construir um visual – a versatilidade não óbvia do jeans, uma outra maneira de se enxergar a narrativa romântica ou mesmo exercer novos olhares sobre aquelas peças que pensamos ser feitas para alguma situação específica. Confira os movimentos de moda que mapeamos nesta temporada londrina.

Assim como ocorre quando analisamos os desfiles, quando tratamos de movimentos de moda no street style buscamos compreender muito mais uma atmosfera do que as tendências propriamente ditas. E pudemos perceber que as produções inspiradas pela simplicidade típica da década de 90 foram bastante exploradas pelas frequentadoras da semana de moda de NY. É certo que os anos 90 foram ricos em termos de contribuição cultural (e consequentemente visual) e temos inúmeros movimentos importantes que surgiram no período e que influenciam a moda até o presente. Nas imagens das ruas de NY a casualidade com forte influência novenstista, pautada especialmente pelos slip dresses, pelos jeans de modelagem ampla e cintura alta, pelos tons pálidos, pelas sandálias de salto baixo, pelas regatas básicas etc. traz esse desejo do visual simplificado para um contexto mais despojado e com informação de moda, apesar da aparente facilidade para criar um look com esses códigos. Aqui vemos que mesmo as produções mais modestas podem ter um resultado cool dependendo da sua base de referências estéticas.