Em tempos difíceis não basta falarmos apenas dos movimentos que a moda tomará daqui para frente de modo que não seja sensível e não represente os atuais momentos. Tendências por si só são efêmeras e mudam de acordo com os eventos que acontecem em nosso meio social. Agora é hora de mudar. O mundo nunca mais vai ser o mesmo depois desse baque que estamos levando de maneira tão repentina e o mesmo acontecerá com a moda. É preciso mudança, adaptação e consciência do meio em que se vive. Por isso, independente do que já tenhamos falado sobre os movimentos de moda dessa e das próximas temporadas, temos plena consciência das mudanças que estão por vir e de como isso afetará nossa percepção sobre o consumo para sempre. Por isso, listamos sete tendências para esta temporada outono\inverno e que na verdade podem ser levadas em consideração para a vida.
Investir em peças consideradas atemporais é um ato de sustentabilidade. Itens que podem ter um valor maior muitas vezes carregam a garantia de origem de materiais e de mão de obra, qualidade, versatilidade, caimento, beleza e durabilidade. Daqui para frente, consumir menos e investir em poucos e bons é a atitude da moda.
Liberdade de movimentos, pé no chão, toques aconchegantes. Ir e vir – um luxo nos tempos atuais. Nada mais atual do que priorizar o conforto do seu corpo ao invés de uma aparência artificial e extremamente trabalhada, construída apenas para impressionar. Quando a rotina voltar ao normal e os compromissos aparecerem, sentir o abraço de uma roupa que te deixe segura faz a diferença para encarar novamente o mundo.
Apesar das tendências que detectamos indicarem um visual rico e ostensivo, com base em movimentos urbanos do final de década de 80 (portanto extremamente superlativos), tudo indica que voltaremos nossos olhares para cores que remetem à natureza. Terrosos, verdes, azuis e tons com neutralidade de temperatura inspiram um visual menos chamativo e, de certa forma, em harmonia com o coletivo. O charme da discrição e a sofisticação das matizes naturais inspiram o visual contemporâneo.
A atmosfera que inspira cuidado e a necessidade de se sentir confortável na própria pele sugerem uma silhueta coberta, mas que nada tem a ver com conservadorismo. O afastamento social deixará marcas, mesmo que essa não seja nossa intenção. Sentir-se seguro em suas vestimentas é um movimento inevitável diante de um cenário de pandemia, mesmo que esta esteja erradicada. Conjuntos, sobretudos, macacões, camisas fechadas, calças com barras alongadas e, em casos mais extremos, luvas, toucas e balaclavas farão parte do dia a dia das pessoas, especialmente nos dias de temperaturas mais amenas.
Todos nós temos aquelas peças que são designadas apenas para os dias de ficar em casa. Moletons, tricôs amplos, calças largas e de materiais menos nobres podem ser ressignificadas e editadas para produções fora do lar. Isso significa promover um novo olhar para as peças que você já possui, mesmo que elas estivessem destinadas, num primeiro momento, para os momentos “dentro de casa”. Reaproveitamento é uma forma importante de promover a sustentabilidade.
Movimentos de troca, compras em brechós e bazares de segunda mão, reaproveitamento dos itens dos armários das amigas, da irmã, da mãe e das avós. Trazer o vintage e o usado para os dias atuais é uma maneira eficiente de pensar em dar utilidade ao que já existe, ao invés de simplesmente descartar ou substituir. Consumir menos para consumir certo.
Um visual simples e natural é eterno. Dar prioridade a pequenos produtores, saber a origem das suas roupas, tornar o vestir uma experiência de edificação pessoal. Esse é o novo luxo. Procure por tecidos naturais, produtores locais, artesãos que perpetuem uma tradição. A simplicidade é o movimento do futuro.
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