Morreu neste sábado o estilista francês Hubert de Givenchy, aos 91 anos. “O Eterno Aprendiz”, como se reconhecia, inaugurou sua maison em 1952 com uma coleção histórica, cheia de texturas, volumes e vanguardismo, sem perder, no entanto, a essência da elegância simples e confortável que sempre buscava em suas criações. A blusa cheia de babados batizada de Bettina (em homenagem a uma de suas principais modelos), foi um sucesso absoluto. A partir daí, Givenchy, que já havia trabalhado para figuras importantes como Christian Dior e Elsa Schiaparelli, ganhou a atenção do cenário de alta-costura, se tornando um dos maiores nomes do mercado. Mas foi em 1953 que seu trabalho foi realmente consolidado, quando conheceu sua mais importante cliente e que depois viraria sua amiga mais próxima, a atriz Audrey Hepburn. Givenchy desenhou os figurinos dos filmes Cinderela em Paris, Sabrina e Bonequinha de Luxo, o que tornou seu nome mundialmente conhecido e lembrado especialmente como um dos precursores das coleções prêt-à-porter e do indispensável “pretinho básico”. Foi também neste ano que Givenchy conheceu o estilista espanhol Cristóbal Balenciaga, que viria a influenciar seu trabalho para sempre.
Givenchy ficou à frente de sua marca até 1995, quando John Galliano assumiu o posto de diretor-criativo da maison, antes de ir para a Dior. Após a sua saída, estilistas até então novos e talentosos assumiram o cargo e viram suas carreiras se transformarem. É o caso do brilhante Alexander McQueen, que permaneceu na Givenchy de 1996 a 2001 e Riccardo Tisci, que ficou de 2005 a 2017 como a cabeça criativa da marca. Tisci, inclusive, foi responsável por grandes hits na Givenchy, tornando-a mais jovial e rocker. Bolsas, sapatos e peças icônicas criadas sob o seu comando alavancaram as vendas da maison, que foi colocada novamente sob os holofotes quando celebridades como Kim Kardashian e Beyoncé tornaram-se suas fiéis clientes.
Neste ano, porém, Riccardo Tisci foi substituído pela talentosíssima Clare Waight Keller. A designer britânica fez um trabalho magnífico na Chloé, tornando a marca novamente desejável e relevante. Com uma estética um pouco mais minimalista, porém adulta e extremamente sofisticada, Keller tem grandes chances de ser mais fiel aos preceitos de Hubert de Givenchy, que gostava de simplificar as coisas e pensar, primeiramente, nos desejos e no conforto de suas clientes.
Hubert de Givenchy será eterno. Perdemos apenas suas presença neste plano, mas sua história e contribuição jamais serão esquecidas.
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