fall 23 COUTURE | quiet luxury na alta-costura

12.07.23 | moda pra pensar Semanas de Moda


 

Alexandre Vauthier, conhecido por seu visual carregado de sensualidade em silhuetas de referência oitentista disse na apresentação de sua nova coleção que o momento não é de opulência. Na Chanel em um desfile apresentado às margens do rio Sena, vimos conjuntos, sobretudos e vestidos que poderiam ser feitos para enquadrarem as imagens mais triviais do dia a dia parisiense. De fato, vimos modelos guiando um cão ou carregando uma cesta de flores, sugerindo que mesmo a alta-costura pode ser feita para o cotidiano (de alguém muito rico, obviamente). Na Dior, Maria Grazia já vem preenchendo essa narrativa da excelência silenciosa há algumas temporadas e nesta coleção, que teve como inspiração as silhuetas de figuras divinas dos gregos e romanos, mais uma vez a estilista mostra a potencia do ateliê da maison através da simplicidade. Afinal, quando nos deparamos com criações que não incitam de imediato uma reação eufórica que se mostra principalmente em peças mais conceituais e escapistas, somos obrigados a trabalhar o olhar e o pensamento crítico para ir além, para se ater aos detalhes, ao caimento, ao acabamento e demais elementos que formam aquele visual.

 

 

O look que abre o imponente desfile da Valentino é uma espécie de revisitação luxuosa da calça jeans de modelagem desprendida com camisa social branca oversized e que trouxe um contraste inteligente com a exuberância do castelo de Chantilly, onde a apresentação ocorreu. A calça com textura que imitava jeans é uma peça de alta-luxo feita em seda e aplicações de centenas de contas, além de uma elaborada técnica de camadas de tingimento para se chegar no azul ideal. Ainda assim devemos levar em conta o conceito por trás de um resultado visual simples, mesmo que o trabalho envolvido na produção daquela peça seja de extrema complexidade. Podemos afirmar que a alta-costura abraçou a estética do longo prazo nessa temporada. Vimos um interesse em roupas formais, que inspiram o cumprimento de tarefas que nos são familiares pela rotina – com a diferença, obviamente, de serem peças feitas sob medida com valores astronômicos. Aqui o recado é que mesmo a cliente mais abastada procura uma roupa que se encaixe na vida real e que também seja eterna não só pela técnica empregada, mas também pelo visual.

 

 

Nada é mais eterno que uma boa roupa feita sob medida. Esse eterno se duplica quando falamos de um design atemporal. Pensando em couture, podemos até argumentar sobre a falta de valor artístico, ou de conceito, ou de criatividade levada ao limite. Mas alta-costura também é posicionamento (nos falamos mais a respeito disso aqui), também é uma forma de se reafirmar como marca, um meio de reforçar a herança e a potência de um nome e, acima de tudo, também é um negócio.

HN – 2 microtendências do momento

28.07.22 | Moda Tendências


 

A série “Happening Now” aqui do blog fala sobre as microtendências que aparecem de forma recorrente sobretudo nas redes sociais, mas que em algum momento também passaram pelos desfiles mais recentes. Hoje vamos citar duas peças de propostas totalmente distintas, mas que têm surgido bastante nos feeds do universo virtual: os vestidos justos e de textura franzida e as saias longas de pegada utilitária. Ambas as tendências são releituras de décadas distintas e que também estão em evidência já há algum tempo. Estamos falando dos começo dos anos 2000 e dos anos 90. Esses vestidos mais ajustados, recortados e com detalhes franzidos são muito característicos dos anos 2000 e também representam o resgate da linguagem sensual que vem sendo bastante explorada pelas marcas desde a mais recente temporada spring. Já as saias cargo alongadas são uma extensão do movimento das roupas típicas do paraquedismo, que começou especialmente com as calças desse estilo (já falamos delas aqui). Além de estarem em sintonia com os desejos atuais de consumo, essas saias são bem características do final dos anos 90, em especial na estética de grupos como os clubbers e artistas do R&B americano – vide a saia usada pela cantora Chilli do grupo TLC no mooodboard abaixo.

 

MFW fall 22 street style | O tradicional revivido pela criatividade

09.03.22 | moda pra pensar Semanas de Moda Street Style


 

O visual efusivo e as singularidades comunicadas através da imagem continuam sendo algumas das principais formas de manifestações de estilo no street style de Milão, assim como ocorreu em NY e Londres. Aqui o diferencial fica por conta do uso de peças tradicionais que ganham novos contextos por meio dos olhares criativos dos frequentadores da fashion week. Itens tidos como clássicos – alfaiataria, jaquetas, casacos e calças de couro, trench coats, saias de comprimento mídi, jeans de corte reto, sobretudos neutros, casaquetos de tweed etc. – adquirem um aspecto muito mais moderno através da adição de peças de design dramático, cores vibrantes, truques de styling inusitados, acessórios robustos e extravagantes, itens utilitários de atmosfera urbana, dimensões ampliadas e texturas marcantes. Aqui é a junção entre dois universos completamente distintos, mas que se complementam para a construção de um enredo visual equilibrado em referências e desapegado em termos de códigos estéticos ultrapassados, que ilustra o street style de Milão.

 

am/pm visita Carolina Ferraz

17.02.22 | Vídeos


 

Neste episódio o am/pm entrevista a mulher multifacetada Carolina Ferraz, que conta um pouco sobre sua vida, sua atual rotina, seus projetos, percepções e vulnerabilidades. Foi um papo muito rico a respeito do olhar que essa mulher interessantíssima tem sobre o mundo e sobre as pessoas ao seu redor e eu espero que vocês aproveitem e absorvam tanto quanto eu. Confira o vídeo na íntegra abaixo e para ver outros vídeos do canal, basta se inscrever aqui

 

spring 22 COUTURE | um olhar alternativo sobre a excelência das criações de alta-costura

31.01.22 | Moda moda pra pensar Semanas de Moda


 

Nós já falamos na semana passada sobre os conjuntos femininos que sofreram abordagens mais modernas e que redefinem nossos conceitos sobre o que é couture (para relembrar, clique aqui). Mas a verdade é que esta temporada parece ter sido toda sobre ressignificar a alta-costura. Ainda que essas criações continuem sendo feitas para uma parcela muito pequena da população, os indicativos de modernização de sua estética são importantes para as diretrizes do mercado como um todo, além, claro, de trazer ares mais arrojados para o “visual de gala”, ampliando suas possibilidades, libertando os corpos femininos de códigos engessados e antiquados de dress code e explorando novas linguagens visuais que trazem a alta-costura para o presente. O conceito de feminilidade, por exemplo, sai do lugar de ingenuidade e delicadeza através da cintura marcada, dos bordados florais e das cores delicadas (apenas para citar algumas das características românticas ligadas ao universo feminino) e entra no campo da liberdade dos movimentos, da harmonia com a silhueta e também da brutalidade do design experimental e superlativo que explora um feminino mais potente e assertivo. A sensualidade retratada pelas narrativas óbvias também ganha atualização por meio do peso das texturas metalizadas, do brilho e da fluidez dos materiais acetinados e da inesperada sedução vinda do design volumoso. Além do visual propriamente dito, a substituição da exuberância tradicional da alta-costura para uma configuração simplificada nos transporta para outra reflexão: Ostentação não é de bom tom? Ainda que existam milhares de argumentos que ostentar um visual exagerado (nos moldes do passado) nos dias de hoje pode não ser a melhor escolha, aqui ocorre uma visão alternativa sobre o que é esplendoroso e isso acontece justamente por meio da simplicidade e do inesperado. A ideia da peça feita sob medida para uma clientela enxuta deixa o lugar engessado das criações pautadas no luxo tradicional e alcança um patamar mais contemporâneo da definição de riqueza através deste visual mais modesto, porém é a excelência das técnicas manuais de uma marca que ficam em evidência. Técnicas estas que também ganham destaque quando o que é esperado de alguns estilistas que já têm suas identidades muito bem colocadas é substituído por algo muito mais inovador e arrojado. Esta temporada é muito mais sobre o primor dos acabamentos, do caimento e da qualidade dos materiais do que simplesmente sobre provar a capacidade de um designer apenas através da exuberância.

 


Relatório OUTONO/INVERNO 22 | peças de complementação • pt1

02.12.21 | Moda Tendências


 

É bem verdade que estamos entrando no verão e colocando nossas roupas mais frescas para fora do armário, mas como aqui nós trabalhamos com o futuro, começamos hoje uma série especial dos itens-chave da temporada outono/inverno 2022. De início, vamos focar nos itens de complementação, que são essenciais para os dias de temperaturas mais frias. Nesta primeira fase o ponto central são casacos, jaquetas, sobretudos, coletes e demais peças que vão finalizar a sua produção de inverno e garantir, além do conforto térmico, o toque estético do visual. Quando fizemos um apanhado dos movimentos detectados nos desfiles da temporada fall 21 apresentados no começo deste ano verificamos que de um modo geral as vibrações eram de um inverno rigoroso, quase que como uma nova era do gelo (para rever clique aqui) e esse movimento se traduziu em casacos pesados e volumosos confeccionados em pelo (sintético, obviamente) com linguagem rústica e densa que nos remete às vestimentas dos primórdios da humanidade. São casacos que também nos lembram aqueles encontrados em ambientes alternativos de consumo, como feiras e brechós, dado seu aspecto vintage. Essas são peças de complementação com características de protagonismo, podendo, inclusive, serem usadas sozinhas (vide Petar Petrov e Burberry) ou com base neutra e mais delicada para equilibrar o peso.

 

a.camisa + araras | confira a nova coleção

12.08.21 | Get Inspired By Lifestyle Look da Paula


 

Quem conhece a marca a.camisa da Paula sabe que as peças não seguem um calendário fixo de lançamento. Isso porque a a.camisa é baseada no princípio do slow fashion, que preza pela qualidade, exclusividade e principalmente pela experiência do cliente. Exemplo disso são as parcerias que já foram firmadas entre a marca e diversos nomes importantes tanto do mercado da moda quanto das artes, o que torna as peças ainda mais especiais. Então quando a a.camisa foi convidada para participar de um projeto tão único quanto o da loja Araras, a Paula sentiu que era o momento de uma nova coleção. A Araras é uma multimarcas excepcional que possui uma curadoria ímpar de produtos interessantíssimos, que vão desde roupas e calçados até objetos de decoração.

 

 

E para alinhar o storytelling da a.camisa com o manifesto da Araras, a Paula criou quatro modelos de camisa inspirados pela alfaitaria masculina e pela sofisticação atemporal deste universo. Os detalhes encontrados em cada uma das peças exploram essa atmosfera masculinizada, porém suave. São nervuras, golas estruturadas, modelagens levemente desprendidas, ombros delicadamente pontuados e estamparia clássica. Apesar dessas referências mais tradicionais, as camisas são pensadas para uma mulher contemporânea, que preza pelo conforto, mas não abre mão de deixar clara sua identidade através do estilo.

 

 

Todos os quatro modelos a.camisa já podem ser encontrados na Araras, que fica no primeiro piso do Shopping JK Iguatemi. Vale muito a pena conhecer esse universo Araras e todos os itens cuidadosamente escolhidos pelo competente time da loja.

 


 

 

Lembrando que estes modelos são encontrados somente na Araras, mas você pode conhecer as outras peças através da nossa loja virtual
 
Araras
Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041, piso I

SPRING/SUMMER 2022 | Contato de 3º grau

13.05.21 | Moda moda pra pensar


 

Quando uma situação grave surge e causa impactos a nível mundial – como conflitos, mudanças climáticas extremas, insegurança econômica ou uma pandemia – a moda capta o momento e se adapta de modo que seja relevante e sensível ao presente, mas ainda assim consiga projetar o futuro. Futuro, aliás, é um tema recorrente na moda e já foi interpretado das mais diversas maneiras, mas sempre com uma narrativa que se conecta com o presente. Temos como o exemplo o futuro retratado nos anos 60, que refletia a tecnologia e a corrida espacial através de formas vanguarditas e texturas metalizadas dentre outras características. Já no início do Séc. XXI a profusão de roupas em prata, os strass aplicados à exaustão, os óculos de lentes grandes e coloridas e a atmosfera esportiva e futurista de inúmeros vídeos e eventos da MTV representavam a euforia tecnológica que vinha com a virada do milênio (e também o receio da pane generalizada que os computadores supostamente sofreriam com a chegada do ano 00, o tal do bug do milênio). Em 2021, com um cenário pandêmico grave, a ideia de futurismo vem através do que imaginamos ser uma estética alienígena e isso pode estar relacionado com o fato de muitas vezes buscarmos respostas para situações mais difíceis em assuntos que acreditamos estarem além da nossa compreensão mundana e material, como a astrologia, a religião, a magia e na concepção de vidas fora do nosso planeta. Tudo o que sabemos sobre o tema, outrossim, está ligado a evolução. Tecnologia avançada, estruturas sociais elaboradas, melhorias inimagináveis em diversos campos e desenvolvimento pessoal florescido são apenas algumas das características do que idealizamos a respeito de uma manifestação de vida extraterrestre.

 

 

A representação imagética de um indivíduo infinitamente mais evoluído do que nós, meros terráqueos, pode ser vista na temporada de apresentações das coleções spring 2021 realizadas no final do ano passado. O movimento, portanto, sugere esperança em relação ao futuro, seja através de uma vida melhorada pela tecnologia em diversos aspetos ou mesmo por comportamentos e atitudes evoluídos em razão de tudo que passamos. Outra ideia que o tema alienígena levanta é um pouco menos otimista, mas que também pode se encaixar no nosso atual período: o da extinção em massa. Claro que isso não deve ser interpretado de maneira literal, mas como uma metáfora para nosso renascimento, seja como sociedade ou a nível pessoal. Temáticas apocalípticas e de sobrevivência vêm sendo exploradas pela moda nos últimos tempos já que as circunstâncias econômicas, climáticas, sanitárias e diplomáticas se mostraram um campo fértil para o afloramento de representações estéticas que se harmonizam com um clima global mais inseguro. Aqui, no entanto, o contexto do movimento se dirige muito mais para uma nova maneira de pensarmos e agirmos quando tudo o que estamos passando ficar na história – é a representação da nova humanidade, renascida e renovada através de uma grave crise.

 

 

SPRING/SUMMER 2022 | Bordado Inglês

07.05.21 | Moda Tendências


 

Apesar do nome, o bordado inglês não vem da Inglaterra. Existem relatos que a técnica surgiu na Ilha da Madeira, em Portugal, ou na República Tcheca no Séc. XVI, mas a verdade é que o bordado caracterizado pelas padronagens feitas a partir cortes arredondados e depois costurados em tecidos, se popularizou na Inglaterra no Séc. XIX durante a era vitoriana, especialmente em roupas íntimas e infantis. Com o passar do tempo, o bordado inglês foi ganhando mais abrangência, principalmente por conta da modernização de sua produção que passou a ser feita por máquinas a partir de 1870. Já nos anos 50, a técnica novamente teve seu auge sobretudo depois que a atriz Brigitte Bardot usou um vestido com esses detalhes em seu segundo casamento, em 1959. Desde então, o bordado inglês deixou de ser utilizado apenas em detalhes, roupas íntimas ou enxovais e passou a fazer parte de peças completas o que foi muito bem vindo para o gosto das latino-americanas por conta do nosso clima mais quente. Geralmente associado a um estilo mais feminino e delicado, nessa temporada de apresentações das coleções primavera/verão 2021/22 o bordado foi aplicado em peças de cunho urbano, como camisas, calças e macacões e também ganhou espaçamentos maiores, tornando os orifícios mais visíveis e dramáticos. O movimento de se voltar para técnicas tradicionais de manufatura é algo que acontece na moda há algum tempo, mas que parece ter ganhado força com o advento da pandemia principalmente porque temos o desejo, por vezes inconsciente, de olharmos para algo que nos seja familiar em tempos de incertezas. O processo artesanal causa essa sensação de bem-estar e familiaridade sobretudo por nos remeter à ideia de pequenos trabalhadores, produção familiar, campo, natureza, simplicidade, acolhimento, calma etc. e nós já falamos por aqui sobre como o movimento de reconexão do homem com a natureza vem ganhando força em razão dos tempos atuais (para ver clique aqui). Veja como o bordado inglês será aplicado no próximo verão de acordo com as coleções apresentadas no final do ano passado e se inspire para achar suas peças em locais alternativos, pequenos produtores etc. o que tona a história das suas vestes muito mais rica.

 

 

OSCAR 2021 | nossos looks preferidos do red carpet

28.04.21 | Lifestyle Moda


 

Neste domingo aconteceu a cerimônia de entrega do Oscar e como já é de costume, nós aqui do escritório analisamos todos os looks e cada detalhe para podermos eleger nossos preferidos e contar para vocês. Ao contrário dos outros anos, o evento teve uma atmosfera mais intimista e com bem menos convidados, o que não impediu, no entanto, que o glamour do tapete vermelho fosse prejudicado. Veja quais foram nossas produções favoritas desta edição.

 

 

Impressiona o quanto a atriz de 62 anos é radiante e esse Alberta Ferretti teatral só evidenciou isso. A atriz já atingiu o posto de lenda do cinema então a peça faz jus ao seu legado. Cor intensa, mangas dramáticas, fenda marcante e o mix de texturas são características de um vestido que pede por alguém ainda mais exuberante, caso contrário só a peça apareceria. Nesse caso, vestido e indivíduo se completam e se complementam com afinação.

 

 

Nós amamos a jovialidade trazida pelo top da escolha de Carey Mulligan. A atriz tem um perfil delicado e o detalhe faz com que a mistura de proporções entre a saia e a parte de cima equilibre essa característica, caso contrário o vestido poderia engolir a atriz. Elegante e ao mesmo tempo moderno.

 

 

Essa é daquelas peças que você precisa olhar e analisar várias vezes, já que em cada momento um novo detalhe é percebido. O vestido é interessante e encaixa bem no estilo diferenciado da cantora. Possui texturas distintas, um design de referência quase religiosa, que é quebrado pelos punhos de mood fetichista e os detalhes no colo – transparência na gola, broche dramático e franjas metálicas. Mas o que chama mais atenção é a clutch que reproduz um coração humano e que saiu diretamente da última coleção apresentada pela Gucci há pouco mais de 10 dias.

 

 

Chloé Zhao fez história nesta premiação como a segunda mulher a ganhar a estatueta de melhor direção e a primeira de origem asiática. Com apenas três filmes em seu currículo como diretora, roteirista e produtora, Zhao saiu como uma das grandes ganhadoras da noite com Nomadland e mesmo com tanto furor sobre seu trabalho, a simplicidade da cineasta parece desafiar todos os códigos antigos e, porque não dizer, machistas, do que se espera da figura de uma mulher na indústria cinematográfica. Isso não pode ser interpretado como desrespeito e tampouco como uma crítica a quem prefere outro tipo de glamour. Na verdade, Zhao abre possibilidades para que uma imagem mais plural e diversificada surja para outras tantas figuras femininas deste universo, sem que isto seja motivo para piadas, críticas ou cancelamentos.

 

 

A cantora italiana concorria ao prêmio de melhor canção pela sua interpretação da música “lo sí”. Pausini perdeu a estatueta mas certamente ganhou como uma das mais bem vestidas da noite com este vestido Valentino de design atemporal e elegância clássica.

 

 

Nós já falamos diversas vezes que amamos um terno em eventos muito formais, como é o caso do Oscar. Ainda mais se for uma composição tão diferenciada quanto esta vestida pela cantora Tiara Thomas. Tem transparência, tem decotão, tem pluma e ombros acentuados, mas também tem caimento bonito, qualidade inquestionável e beleza a perder de vista. Tudo em perfeita harmonia.

 

 

Viola Davis está sempre presente nas nossas listas porque nunca erra. A atriz, além de ficar deslumbrante de branco, ainda escolheu um vestido muito especial Alexander McQueen feito exclusivamente para ela. Os recortes e a estrutura da parte superior da peça contrastam e se equilibram com a fluidez da saia mas ao mesmo tempo se encontram nas linhas orgânicas. Interessante e incomum, a peça é daquelas que pode ser analisada com uma lupa e mesmo assim nenhum defeito será encontrado. Essa é a excelência produzida por Mcqueen e brilhantemente levada adiante por Sarah Burton, sua sucessora.

 

 

O Valentino solar da atriz roubou a atenção no Oscar, especialmente porque foi combinado com um colar Bulgari de 183 quilates avaliado em mais de 6 milhões de dólares. Joias muito marcantes costumam pesar no visual, o que não aconteceu com a atriz justamente pela jovialidade do vestido. O tom brilhante, os recortes, a fluidez e o cabelo naturalmente solto fizeram com que o resultado final ficasse leve e divertido. Mais um look a favor de uma das maiores promessas da TV e do cinema, que também tem se mostrado um verdadeiro ícone de estilo.

 

 

Esta, sem dúvidas, foi a nossa preferida da noite. Regina King surgiu esplêndida neste Louis Vuitton arquitetônico e feito sob medida. Regina estreou este ano como diretora no longa One Night in Miami e como resultado de sua bem-sucedida empreitada, ganhou três indicações nesta premiação. Ao longo do ano, a atriz e diretora tem mostrado uma imagem bem trabalhada e coesa, com peças diferenciadas e marcadas por estruturas contemporâneas. Mas, como sabemos, Oscar é Oscar e para o final da temporada de premiações a atriz solicitou um vestido a altura. Entra em cena o brilhante trabalho de Nicolas Ghesquière, diretor criativo da Louis Vuitton, que tem construído um legado em seus quase oito anos a frente da marca. Com mais de 62.000 cristais, metros e metros de cetim e mais de 140 horas de produção, a peça teve o intuito de causar impacto na audiência e de trazer um pouco de fantasia para os momentos tão sombrios que estamos vivendo. Objetivo alcançado com sucesso!

 

 

Os homens também não decepcionaram e se distanciaram, em sua maioria, do “visual George Clooney” que toma conta das produções masculinas em tempos de premiação. Desta vez os homens também adicionaram boas doses de estilo ao tapete vermelho e dois convidados merecem uma menção honrosa pelos seus trajes. Lakeith Stanfield de Saint Laurent evocou uma atmosfera retrô setentista que tem tudo a ver com o filme Judas e o Messias Negro, no qual é um dos protagonistas, cuja história se passa no final dos anos 60. Já Colman Domingo quebrou todos os códigos antiquados do dress code masculino ao surgir com esse terno Versace de um tom de pink potente e aplicações metalizadas no blazer para finalizar.