A saia jeans em sua versão mini ganhou notoriedade ainda nos anos 60 e desde então ela tem sido usada por pessoas dos mais diversos estilos. Assim como a maioria das peças desse material, a saia jeans também é versátil e pode compor produções para diferentes propostas, além da possibilidade enorme de combinações. Mas a versão midi da peça ainda é vista com certo receio. Por ser um material mais denso e de um comprimento que ainda não agrada uma boa parte das consumidoras brasileiras, a midi jeans fica restrita às donas dos armários mais criativos e contemporâneos, que gostam de combinações mais arrojadas e/ou movimentos de moda atuais. Mas pelo que percebemos nas passarelas da temporada primavera/verão 2021 a peça virá repaginada e com certeza terá um apelo significativo para uma parcela maior de clientes. A saia midi jeans do momento ganha movimento por conta de recortes assimétricos e de fendas mais acentuadas, volumes diferenciados para quem tem um estilo dramático, texturas que imprimem leveza e intervenções que trazem mais modernidade e dinamismo à peça, como desfiados, puídos e trabalhos com diferentes tonalidades de jeans.
Um dos truques de estilo mais conhecidos é o de adicionar um ponto de cor no look para que o visual fique com mais informação de moda e interessante. O truque é especialmente eficaz para quem tem um estilo mais sóbrio, composto de peças em tons neutros e design tradicional e pode adicionar um pouco mais de ousadia nos acessórios. O que vimos nesta temporada primavera/verão no hemisfério norte é que esse ponto de cor virá através das bolsas em um tom de laranja-tangerina. Elas são mais estruturadas, com pegada artesanal aplicada em materiais nobres como o couro e menores e justamente por terem um design mais clássico o laranja é um adicional de modernidade bem-vindo.
O período de liquidações pode ser aproveitado tanto para comprar aqueles itens que estão em evidência e são mais marcantes – portanto com vida útil menor no armário – como as peças clássicas e indispensáveis em qualquer closet feminino. Consideramos uma peça clássica (que não tem a ver com o estilo propriamente dito), quando ela atravessa as estações e continua sendo usada independentemente das tendências, quando otimiza o seu guarda-roupas, podendo ser combinada com diversos itens e formar looks distintos, quando ela possui as cores ditas tradicionais e mais fáceis de combinar etc. Fizemos uma seleção de 30 itens garimpados das liquidações de inverno que cumprem esse papel. São tricôs, suéteres, calças, casacos, jaquetas etc. que podem tranquilamente ser usadas por muito tempo e possibilitam a edição de produções distintas, já que podem, por exemplo, formar bases de composição simples dando espaço para outras peças de finalização mais chamativas, caso seu estilo seja mais expansivo – como as criativas, as dramáticas e as sensuais. Para obter mais informações sobre os produtos da nossa curadoria, basta clicar na sua imagem.
O amarelo é um tom familiar para os looks das estações quentes e geralmente aparece em matizes mais vibrantes, que sugerem, segundo a psicologia das cores, motivação, alegria e estímulo da criatividade. Mas dessa vez o amarelo da próxima temporada acompanha as tonalidades que têm aparecido por conta do nosso atual cenário. Os neutros empoeirados – versões mais claras e suaves dos terrosos – tiveram ascensão durante a temporada outono/inverno, indicando que as tendências de cores se voltaram para causar sensações de tranquilidade e conforto. Seguindo esse movimento, temos o butter yellow. O amarelo com neutralidade de temperatura lembra mesmo a tonalidade suave da manteiga e também cria esse sentimento de bem-estar, de calma e de otimismo – mais ou menos as sensações que um amarelo mais vívido causaria, mas sem tanto estímulo. O impulso de sensações mais tranquilas através das cores não é em vão. Estamos vindo de um longo período de isolamento e certamente a nossa rotina nunca mais será a mesma. Gradualmente estamos voltando para as ruas, seja por necessidade profissional ou para lazer e isso, aliado às incertezas em relação ao futuro, pode causar certa ansiedade. Portanto, nos parece natural que os movimentos de moda (o que inclui as tendências de cores), se voltem para o campo da serenidade e do aconchego.
Existem algumas estampas que são consideradas clássicas, independente das tendências da estação. Temos nessa classificação as listras, os xadrezes, a onça e as bolinhas. A famosa padronagem que compõe peças de roupas e acessórios há décadas, de tempos em tempos volta aos holofotes das passarelas e dessa vez ela é um dos destaques dos movimentos de moda para a temporada primavera/verão 2020/21. No entanto, a revisitação de uma estampa tão tradicional não poderia ser óbvia. Por carregar uma atmosfera clássica, é importante que as polka dots ganhem uma nova interpretação, justamente para que entre no armário de uma clientela mais jovem, sem, no entanto, se distanciar muito da consumidora mais tradicional. Para a próxima temporada, as bolinhas vêm em diferentes tamanhos e em alguns casos fazem parte de peças em cores mais intensas. Pelo que podemos extrair das passarelas, o look será total, seja na composição de dois ou mais itens (onde vale misturar bolinhas de diferentes tamanhos ou cores opostas) ou em peças únicas, como vestidos e macacões, preferencialmente os de shape fluído, que caem melhor nas estações mais quentes. Além dos tons mais vívidos e da mistura de diferentes tipos de bolinha em uma mesma produção, outra forma de revisitar essa estampa é através de modelagens menos óbvias e elementos de design marcantes, como mangas proeminentes, cortes assimétricos, babados, fendas etc.
Nós já falamos aqui no blog a respeito de algumas tendências que o momento atual fez surgir. Tivemos uma reviravolta significativa nos rumos dos movimentos de moda com todos esses acontecimentos. Os relatórios de tendência foram repensados e tudo que estava certo de repente não fazia mais sentido nem para o presente, tampouco para o futuro. Desses novos movimentos, notamos que alguns já podem ser observados nas apresentações recentes das coleções resort 2021 e um dos principais é o que chamamos de refúgio bucólico. Aqui existe uma clara intenção de promover uma conexão entre o homem e a natureza, com o resgate do que temos como os códigos de uma vida simples no campo. A estética campestre fica a cargo de vestidos mais soltos, estampas florais delicadas, design que remete a uma feminilidade quase ingênua, xadrezes (especialmente o vichy) e peças que fazem alusão às atividades do campo. Mas não é só de florais, xadrezes e vestidos lúdicos que a tendência vive. A ideia aqui é muito mais ampla e abrange também as matérias-primas e as técnicas que são usadas para confecção das peças. A valorização de artistas, artesãos e pequenos produtores que possuem métodos centenários de manufatura, o cuidado com a origem dos tecidos que garante a fabricação de peças sustentáveis, a reutilização e a ressignificação de materiais usados em coleções antigas e o respeito a cultura local com a devida participação da comunidade são algumas das características desse movimento que se volta para o natural, para o feito a mão e para a simplicidade, tudo em harmonia com o que um isolamento no campo pede.
Podemos estar em um momento de uma pouco mais de flexibilidade do isolamento social, mas a verdade é que os meses de quarentena mudaram nossas vidas para sempre. O home office, que já era uma realidade em muitas empresas, passou a fazer parte da rotina das pessoas de modo muito mais amplo e com certeza será aderido como forma comum de trabalho por diversas empresas. Um dos pontos que podemos destacar com a vida profissional sendo tocada das nossas casas é a atenção para a parte de cima do corpo, seja através de roupas com mais detalhes, maquiagem e cabelo um pouco mais elaborados e, claro, acessórios. Nós que trabalhamos com moda e estilo sempre falamos a respeito do efeito transformador que os acessórios podem promover no look e agora, mais do que nunca, eles ganham o protagonismo do visual, especialmente quando queremos manter a casualidade das produções montadas para ficar em casa. Reuniões feitas através de uma tela de computador, tablet ou celular pedem que nos voltemos com maior cuidado para o colo e o rosto e mesmo nos dias que você estava de moletom e chinelo, temos certeza que ao menos um brinco ou um colar mais sofisticado fizeram parte da sua edição de look para aquele momento de trabalho. O que estamos propondo aqui é uma reflexão sobre como os acessórios são importantes e podem ser capazes de otimizar o seu armário. A verdade é que muitas vezes nem precisaríamos entupir nossos armários com roupas se soubéssemos de fato como usar os acessórios a nosso favor.
Colares e brincos ganham o protagonismo nesse momento justamente pelos motivos que elencamos acima. E certamente eles vão continuar a fazer parte da sua rotina de montagem de looks mesmo após a vida voltar ao normal. Acessórios são democráticos, além de tudo. Seja qual for seu estilo, você terá um acessório mais importante e imponente para chamar de seu. Bases compostas de peças muito simples também funcionam bem com acessórios mais robustos, que trazem um efeito fashionista ao visual. Nós esperamos que essa quarentena tenha servido, dentre outras coisas, para você repensar sua relação com seus acessórios e ressignificar o que esses itens podem representar no seu armário. Afinal, tudo que é usado para acrescentar, seja na relação com seu guarda-roupas (que a longo prazo pode significar uma nova relação com seu dinheiro), ou para seu autoconhecimento (saber o que funciona para seu visual, o que faz você se sentir bem, bonita e segura etc.) vale para termos uma relação mais saudável com a moda. Acessório não é futilidade! Faz parte da sua mensagem pessoal, da imagem que você transmite para o mundo e dos códigos que você quer passar adiante.
Passada a temporada de alta-costura, onde as coleções foram apresentadas de uma maneira bem diferente a que estamos acostumados, a Dior lança sua cruise collection através de um desfile emocionante em praça pública. Mas não pense que as mudanças causadas pelos novos tempos não foram levadas em consideração aqui. Tradicionalmente, as coleções de meia-estação são realizadas através de desfiles extravagantes em destinos variados principalmente por sua importância comercial. No caso da Dior, a temporada cruise serve, segundo seu CEO, para contar histórias e enaltecer uma comunidade através de criações colaborativas, que respeitam tradições locais e remanejam a economia para pequenos produtores que já viram seus trabalhos serem copiados e usurpados durante anos por gigantes desse mercado. Para este desfile, o time da Dior se inspirou no sul da Itália e a apresentação foi feita na cidade de Lecce, pequena província de Puglia. Além dos espectadores serem compostos majoritariamente pela própria equipe da maison e pelos moradores locais, todas as peças foram criadas a partir de trabalhos colaborativos. Artesãos e artistas locais foram responsáveis por cada detalhe dos looks e do desfile, seja através da cenografia, da trilha sonora comandada por uma orquestra local, dos dançarinos da região que embelezavam ainda mais a passarela, dos tradicionais bordados tombolo confeccionados na cidade, dos tecidos típicos e das técnicas históricas de entrelaçamento que foram aplicadas em diversas peças. Colaboração, respeito cultural e responsabilidade social foram os pilares para esta apresentação, que culminou, como já era de se esperar em se tratando do trabalho de Maria Grazia Chiuri, em looks repletos de feminilidade contemporânea e carregados de história e experiência. Veja nossos preferidos:
Nós pensamos que os filmes, além de ser uma ótima forma de entretenimento, são fontes importantes para que possamos entender parte do espírito de um período. Nós já demos sugestões sobre filmes dos anos 80 e 90 (que você pode ver aqui e aqui) e agora mostramos nossa seleção de películas que retratam bem como era a atmosfera dos anos 70. Muito mais do que estilo, queremos que você perceba todo o mood da época, como cabelo, make, músicas, decoração, cenários políticos, sociais e culturais etc. A estética setentista ainda é uma das mais lembradas quando pensamos em moda e ela vai muito além das roupas típicas do movimento disco ou mesmo do hippie. Na nossa lista temos, claro, os clássicos indispensáveis, os grandes sucessos da época, alguns filmes cult menos conhecidos do grande público, musicais, cinema europeu e brasileiro (grande parte do cinema de vanguarda nacional está nos anos 70 e 80) e filmes que são atuais mas que retratam fielmente o período.
Passada a temporada de alta-costura em Paris, Pierpaolo Piccioli nos presenteou com a coleção couture da Valentino que foi apresentada ontem, em Roma. Denominada “The Performance: of Grace and Light, a dialogue between Pierpaolo Piccioli and Nick Knight”, as 17 criações do estilista para a Maison parecem ter saído de um sonho. Na ausência de desfiles, Piccioli firmou parceria com Nick Knight, um dos fotógrafos mais reconhecidos e importantes do mundo, cujo trabalho beira o fantástico com imagens vanguardistas e de impressão plástica que causam um efeito visual impressionantemente belo. Ambientada em uma espécie de circo, com um fundo escuro profundo e vazio que garantia ainda mais destaque para as roupas, a coleção de alta-costura da Valentino teve foco no branco e nos metalizados claros, nas texturas leves, porém luxuosas de plumas e tules e, claro, nos volumes dramáticos que já são uma assinatura do trabalho de Piccioli. Os vestidos de comprimento exageradamente alongado vinham flutuando nos corpos das modelos colocadas em trapézios, causando um resultado final ainda mais exuberante e bem condizente com a função de escapismo que as criações de alta-costura têm o poder de causar.
A apresentação da alta-costura da Valentino ainda contou com uma performance transmitida ao vivo que vale a pena ser vista:
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