Com a estação mais quente do ano se aproximando (apesar das temperaturas já indicarem que ela está aqui) começamos a observar as coleções de alto-verão de diversas marcas para sentir as principais tendências da temporada. Dentre os movimentos que observamos, cinco se destacam por aparecerem em muitas vitrines e pelo alto potencial de aceitação da consumidora brasileira. O linho e a laise são as principais texturas da estação, enquanto que o poá e as listras bem coloridas que chegam a lembrar o arco-íris são as estampas mais observadas. O visual mais carregado na feminilidade também é o mood predominante deste verão e as blusas com mangas bufantes são as representantes especiais deste movimento. Veja como editamos cinco produções de acordo com essas tendências e com a atmosfera mais colorida e criativa que a temporada pede.
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Novo vídeo no canal am/pm! Dessa vez eu visitei meu querido amigo Rodrigo Rosner, que me contou sobre sua trajetória como estilista de alta-costura – ou sob medida, como ele prefere – em seu apartamento cheio de personalidade. Falamos sobre carreira, experiências, lifestyle e seu ponto de vista sobre diversos assuntos. O bate-papo foi superdivertido e cheios de momentos bacanas e engraçados que merecem ser compartilhados. Para se inscrever no canal e não perder nossas publicações, clique aqui
Todas nós já conhecemos o jeans de modelagem mais soltinha que foi batizado de boyfriend. A peça apareceu em meados dos anos 2000 e nunca mais saiu dos nossos closets, ganhando o status de item clássico junto com os jeans skinny e os retos. Muitas celebridades usam a calça boyfriend em diversas ocasiões, inclusive para atender a eventos noturnos. Separamos cinco interpretações que Sienna Miller, Sarah Jessica Parker, Victoria Beckham, Mila Kunis e Rihanna fizeram para a peça e que podem se encaixar em todos os estilos, desde a sensualidade moderna de Victoria até a casualidade de Kunis. Para isso, escolhemos um único modelo de boyfriend para todos os looks – lavagem clássica e com poucos puídos, o que permite ampliar seu uso
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Que o verão pede cores intensas, nós sabemos. Mas nessa temporada as combinações de tons solares vão aparecer também nos acessórios. São brincos, anéis, colares e até broches que combinam diversas pedras (ou qualquer outro material, como madeira, plástico, resina etc.) de cores diferentes, porém igualmente vibrantes. Aliás, vale ressaltar que os motivos em arco-íris chegam forte para essa estação também nas roupas. Vimos esse movimento surgir durante a temporada primavera/verão no hemisfério norte e diversas marcas por aqui já adotaram esse estilo de acessório para suas coleções. Acessórios com essa característica são ótimos para acender o visual com o mínimo esforço, já que qualquer base mais simples ganha outra cara quando um brinco, diversas pulseiras ou uma combinação de anéis coloridos entram na produção. Inspire-se com o moodboard que montamos para a tendência e com a nossa curadoria de acessórios arco-íris ao final do post.
Nos despedimos de mais uma semana de moda de São Paulo e esta edição ficou marcada pelo gás dos novos talentos, pela preocupação com a sustentabilidade especialmente através do upcycling e pela inclusão. Uma diversidade de raças, corpos, orientações e idades deixou a SPFW muito mais aberta, representativa e interessante. No começo do nosso processo de mapeamento de conteúdos, vamos falar das cores. A maioria das coleções desfiladas são as da temporada outono/inverno 2020, portanto, tons mais escuros e tradicionais apareceram bastante, mas também dividiram espaço com matizes intensas que são menos lembradas nessas estações. Perceba também que as cores, mesmo as mais brilhantes, deixam de ser apenas um ponto de luz no look colocadas em acessórios ou uma peça. A proposta é que elas sejam usadas no look completo, seja em blocos de variações de uma mesma família ou monocromático. Veja as oito cores que se destacaram nessa edição e já se atualize para a próxima temporada.
A marca carioca fundada em 2012 se define como sem gênero e sem idade, que abraça as pluralidades e preza pela matéria-prima natural, pela ampla variação de numeração e pelo bem-estar de seus funcionários. A Handred, como tantos outros novos talentos, se alinha com uma nova forma de produzir moda e é essa que inclui, que não rotula e que é fiel a sua própria identidade, independente de tendências.
Para o inverno da marca, André Namitala se inspirou na região da Costa Brava, na Espanha, e usou como referência o surrealismo dos também espanhóis Picasso e Dalí. As peças são muito leves, serenas e cabem em quaisquer corpos. Camisas, calças, batas e túnicas frouxas inspiram frescor e liberdade – bem inerente ao estilo de vida dos artistas que influenciaram essa coleção. Tons naturais deram o equilíbrio perfeito para as estampas superlativas que imitavam uma espécie de patchwork cubista. André também se valeu de uma transparência turva, colocada em camisas e vestidos longos em tons suaves de verde que traziam uma sensualidade branda à coleção. A base surrealista do desfile ficou por conta das estampas e das aplicações de círculos e contas metalizados e de madeira colocadas em kaftans, jaquetas e blusas. O casting foi diversificado não só em gênero, raça e corpos, mas também em idade – um movimento crescente nas passarelas internacionais, mas que ainda aparece tímido por aqui. A Handred fecha esta edição da SPFW que contou com uma gama de novos representantes da moda nacional, que mostram talento e dedicação para transpor as barreiras históricas do mercado e trazem o frescor das percepções de quem busca pensar e produzir fora dos padrões.
A marca é tão jovem quanto sua fundadora, a estilista Rafaella Caniello que tem apenas 23 anos. A Neriage (se diz Neriagui) foi criada em 2017 originalmente para Rafaella apresentar seu trabalho de conclusão do curso de moda na Faculdade Santa Marcelina. Mas o olhar sensível da estilista misturado com sua técnica apurada, fez com que a Neriage saísse da banca do TCC direto para a Casa de Criadores. O processo para integrar a SPFW parecia natural a esta marca que logo ganhou a atenção do público e um lugar nos e-commerces mais badalados do País.
Nessa coleção, Rafaela demonstra um claro amadurecimento técnico e talento para a manipulação de matéria-prima nobre e a construção de silhuetas delicadas, porém modernas. A estilista também reconta na passarela uma de suas próprias experiências (quando viajou a Alto Paraíso, no cerrado goiano), através de um olhar sensível, onde a contemporaneidade inerente à marca não agride e não deturpa essas referências tão honestas. As cores da região goiana inspiraram Rafaela a usar nesta coleção terrosos fechados, azul-escuro, verdes e roxos profundos, ocre e tons arenosos mais claros. As construções da silhueta feita em camadas distintas emanavam conforto pelas modelagens mais soltas. Blusas, casacos que remetiam a quimonos e vestidos vieram com a cintura marcada e injetaram ainda mais delicadeza à coleção. O trabalho com texturas mais densas costuma ser um dos maiores códigos da marca, mas dessa vez as peças tinham maior liquidez e as padronagens marcantes foram substituídas por plissados sutis, tricôs finos e brilho discreto conseguido através das peças fabricadas em tecidos nobres e reluzentes. Coleção aristocrática, mas com o pé no chão.
Isaac Silva fez sua estreia na SPFW com um desfile carregado de referências nas suas origens baianas. O estilista saiu da casa de criadores para o line up da semana de moda mais disputada do País sem perder a essência que fez seu trabalho ser reconhecido.
Isaac faz parte de uma nova geração de estilistas que se preocupa em manter viva a estética da roupa artesanal sem, no entanto, perder de vista os movimentos atuais. Integra, outrossim, o grupo de talentos negros que vem ganhando cada vez mais espaço em um evento ainda de maioria branca e elitista. Precisamos desse tipo de integração com a realidade e dar voz às pessoas que encontram dificuldade em ingressar neste universo por conta de anos e anos de exclusão e preferências por certos estereótipos e sobrenomes. E Isaac prova que incluir é o melhor caminho para nos depararmos com coisas novas que nos tiram da mesmice da zona de conforto. Em uma apresentação tocante, todos os convidados receberam galhos de arruda antes do desfile, ampliando as boas vibrações além do backstage. A coleção trouxe muitas referências às religiões de matriz africana, com búzios, conchas, redes, adornos de cabeça que remetiam aos orixás e o branco – único tom usado no desfile. Depois de uma leva de peças de pegada mais artesanal, a coleção seguiu mostrando vestidos amplos e dramaticamente recortados, conjuntos compostos de tops encurtados e saias drapeadas, camisas e saias fluídas e perfeitas para as festas de fim de ano, mais vestidos longos, dessa vez com shape desabado e adornados com detalhes cheios de um romantismo despretensioso, como babados e mangas morcego. Ao final da apresentação, aplicações metalizadas e de búzios foram colocadas em chemises, calças, blazers e saídas de praia que desfilaram em corpos diversos e deixaram clara a mensagem do estilista de que seu axé é para todo mundo.
O Estilista mineiro Luiz Cláudio veio de uma família de costureiras e logo cedo se enveredou por esse caminho, criando, alguns anos depois, a apartamento 03, que hoje integra o grupo Nohda de Patrícia Bonaldi. Mas a trajetória do estilista até a SPFW não foi tão simples e antes de criar sua marca Luiz Cláudio trabalhou muito ao lado de sua mãe nas costuras diárias, atuou no ramo de design de cozinhas industriais e residenciais, onde percebeu a importância da criação e de cada etapa da construção de um projeto e trabalhou em diversas fábricas têxteis até fundar a apartamento 03, nome dado em alusão ao número do imóvel que ocupava, em Belo Horizonte.
O trabalho de Luiz é marcado pela delicadeza e pelas exímias técnicas de manipulação dos materiais que tornam os desfiles da Apartamento 03 extremamente autorais. Nessa coleção, o designer voltou seu olhar para o Butoh – dança típica japonesa criada após a Segunda Guerra e que expressa através de seus movimentos teatrais os sentimentos humanos frente às atrocidades vividas no período. Durante o desfile, o dançarino João Butoh se apresentava e recriava os movimentos fluídos e as expressões genuínas dessa arte, que também se manifestou na coleção. Modelagens desprendidas acompanhadas de texturas que variavam da suavidade do tule e dos tecidos mais nobres, para construções estruturadas e tridimensionais características do movimento japonista davam o tom da coleção que, assim como a dança que lhe serviu de inspiração, crescia na densidade de emoções conforme o desfile acontecia. Da sutileza e da feminilidade dos vestidos soltos, acinturados e transparentes à dramaticidade das peças mais profundas, sombrias e estruturadas, certamente a apresentação da apartamento 03 foi uma das mais sensíveis desta edição.
A principal proposta da Another Place é criar roupas sem rótulos e sem características de gêneros, onde qualquer peça pode transitar livremente em todos os armários. A marca tem uma atmosfera bem urbana e esportiva, mas com toques de sofisticação que são bem alinhados com o visual street da atualidade.
O desfile apresentado no Teatro Itália inovou ao entrelaçar cinema, música e moda com o objetivo de tornar as criações de Rafael Nascimento, estilista da marca, menos efêmeras e disponíveis, de alguma forma, para um público maior através das plataformas digitais que acessamos cotidianamente. Um curta metragem e sua trilha sonora foram o fio condutor da coleção, que manteve a veia streetwear chic e versátil da marca. Tanto o filme quanto as músicas estarão disponíveis para o público em breve em plataformas como Youtube e Spotify e possibilitarão que um maior número de pessoas tenha contato com a visão da Another Place. No quesito estilo, a marca apresentou uma coleção mais comedida, mas não menos bela. As peças-curinga do visual jovem urbano, em especial aquelas em jeans, se misturaram com outras mais nobres feitas numa alfaiataria polida e destacada por elementos de design diferenciados, como mangas bufantes e jogos de sobreposições que desconstroem a silhueta convencional.
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